CRÍTICA | ÁGUAS RASAS
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 27 de ago. de 2016
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de mai.

Em 1975, Steven Spielberg aterrorizou as pessoas nos cinemas ao mostrar um grande tubarão branco atacando uma praia em pleno verão americano. Desde então, diversos filmes sobre "animais assassinos" foram lançados, não somente com tubarões. Então, lá em 2003, Mar Aberto estreava nos cinemas, baseado em uma história real, que mostrava um casal de férias que é esquecido no mar, em um passeio de mergulho, os deixando à deriva com vários tubarões. Carregado de tensão, o filme fez um enorme sucesso na época, mostrando os sufocos que o casal passava para sobreviver. Agora, em 2016, é a vez de Blake Lively ficar presa na água com um tubarão faminto, em uma lindíssima praia no México, no filme Águas Rasas. A trama é bem básica: Nancy (Blake Lively) vai até uma praia secreta, no México, para surfar. Lá, ela é atacada por um tubarão, ficando à deriva na água, onde tentará de tudo para sobreviver.
Águas Rasas é mais do que um filme de tubarão contra uma surfista, e sim, uma jornada de sobrevivência. No primeiro ato conhecemos a personagem, sua história, motivos, alguns personagens, e claro, a paradisíaca praia secreta, e o interessante é que, tudo que é mostrado pelo diretor nessas cenas, será utilizado mais adiante. Nessa primeira parte, o filme se estica um pouco demais, mostrando o drama da personagem e ela surfando nas ondas, mas isso é necessário para criar toda uma ambientação e simpatia com a personagem. Introduções à parte, o segundo ato começa quando Nancy é atacada pelo animal marinho, ficando à deriva na água, encontrando alguns lugares para se refugiar. O diretor espanhol Jaume Collet-Serra - de A Casa de Cera e A Órfã - faz um filme repleto de tensão, ágil, e muito bem produzido, entre elas, um relógio mostrando dados sobre a maré, aparece na tela, motivo para deixar o público mais aflito e se envolver na situação da personagem. Ao mesmo tempo, temos a bela fotografia da praia, com suas cores e belezas, que dão um certo alívio para o público, e para Nancy também, ao contemplar o lugar. Após várias tentativas de pedir ajuda, temos, realmente, o embate entre a personagem e o tubarão, em cenas interruptas de ação, e agoniantes sequencias na tentativa de escapar dos ataques do animal.

Blake Lively foi a escolha certa para encarar a personagem, e passa praticamente o filme todo sozinha. A atriz se mostra forte na sua atuação, demonstrando todos os problemas que passa, seja frio, fome, os machucados, e os perigos com o tubarão, e a introdução da personagem, e seu drama, ajuda a ganhar empatia do público. A participação do ator espanhol Óscar Jaenada Gajo, o morador da região, é pequena, mas importante para a história. E ainda, é importante destacar a “atuação” da gaivota Sully, que fica grande parte do filme ao lado de Nancy, presa em uma rocha de corais. Com a sua asa quebrada, alguns podem ficar preocupado se o animalzinho vai conseguir escapar, ou não. Aliás, mania de colocar algum animal, seja gaivota ou cachorro, em um filme de tubarão.
No fim, Águas Rasas é eficiente em criar um clima de suspense e tensão, mostrando o agoniante embate entre Nancy e o tubarão, em uma belíssima praia secreta no México. É uma das grandes surpresas do ano, e um dos melhores thrillers que tem aparecido ultimamente. E sim, torcemos bastante para a gaivota sobreviver.

ÁGUAS RASAS (THE SHALLOWS)
Ano: 2016
Direção: Jaume Collet-Serra
Distribuidora: Sony Pictures
Duração: 89 min
Elenco: Blake Lively, Óscar Jaenada Gajo e a gaivota Sully Steven Seagull's
NOTA: 9,0
Disponível no




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