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CRÍTICA | A VIDA DE CHUCK

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • 4 de nov.
  • 4 min de leitura

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Nem todas as obras literárias de Stephen King são necessariamente de terror, muitas delas são voltadas para o drama, mas com uma história mais “fantástica”, e sempre com um toque sobrenatural – “A Espera de Um Milagre” e “Um Sonho de Liberdade” são os melhores exemplos -. Mike Flanagan também é mais conhecido por dirigir filmes de terror, inclusive adaptou algumas obras de King, e agora, o diretor se aventura em um outro gênero com “A Vida de Chuck”, um emocionante e reflexivo drama sobre a existência, a morte, e as situações que definem cada momento das nossas vidas. A trama é dividida em três capítulos contados de trás para frente: no primeiro, a Terra está à beira de um apocalipse, as pessoas estão melancólicas e sem rumo com o iminente fim de tudo, sem nenhuma explicação do porquê de tudo isso estar acontecendo, apenas que pode ter relação com um misterioso homem chamado Chuk (Tom Hiddleston). No segundo capítulo, conhecemos Chuck em um momento específico na fase adulta, descobrimos que ele está com câncer terminal, mas sem ainda saber disso, e já no terceiro capítulo, o roteiro dá um “salto temporal para trás” ao mostrar a infância do personagem, quando morava com seus avós, Sarah (Mia Sara) e Albie (Mark Hamill). Chiwetel Eijofor, Karen Gilan, Matthew Lillard, e Jacob Tremblay também estão no elenco.


Assumidamente melancólico e sentimental, A Vida de Chuck é um filme que tem diversas abordagens, mas é principalmente sobre viver todos os momentos aqui na Terra, e sobre as pessoas que cruzam nossos caminhos e que nos dão uma outra visão sobre a vida. “The Life Of Chuck” venceu o “Prêmio Popular” no Festival de Toronto ainda em 2024, é bastante fiel aos acontecimentos da obra de Stephen King, e é dividido em três atos bem diferentes um dos outros, onde as peças para esse mistério vão se encaixando aos poucos. O primeiro capítulo é o mais bonito e com uma sensibilidade incrível, enfatizando o fim do universo que está prestes a acontecer. A abordagem é mais fantástica, surreal, o tom apocalíptico toma conta da produção, e o mistério é inserido na trama (quem é o homem misterioso que aparecem em diversos outdoors e na TV?), sem falar do desfecho lindo, poético, e melancólico desse capítulo. Chiwetel Eijofor e Karen Gillan são os protagonistas dessa primeira parte – Marty (Eijofor) é professor de uma escola da região, e Felicia (Gillian) é uma médica que trabalha na emergência de um hospital –, entregam performances comoventes que fazem o espectador sentir os momentos finais da vida.


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Já o segundo capítulo é mais simples, mas não menos impactante e belo também, onde acompanhamos um momento específico da vida de Chuck. É nessa parte que a famosa cena da dança de rua aparece - aliás, incrível performance de Tom Hidleston -, é como se todos os sentimentos melancólicos de antes, todos os conflitos, parassem por alguns minutos, onde contemplamos um momento inesperado que envolvem personagens que não se conhecem, mas que os caminhos se cruzaram por algum motivo. E o terceiro e último capítulo (que pela linha cronológica seria o primeiro) é o mais importante, e é agora que as peças do quebra-cabeças vão se encaixar – ou pelo menos deveriam -. Aqui, conhecemos Chuck nas fases criança e adolescente, interpretados por Cody Flanagan, Benjamin Pajak e Jacob Tremblay, descobrimos como sua personalidade é moldada, e do porquê de estar morando com seus avós, Sarah (Mia Sara) e Albie (Mark Hamill). Aqui, Flanagan flerta um pouco com o sobrenatural – a casa onde o jovem Chuck mora parece ser assombrada, além de ter um quarto misterioso que ele não pode entrar ou saber o que é -. O peso dramático aqui também é maior, principalmente na sua relação com seus avós. Porém, mesmo com as peças se encaixando, parece que faltou alguma coisa, alguma outra peça para completar esse quebra-cabeças filosófico.


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A Vida de Chuck é bastante inspirador e até intimista, com uma bela abordagem sobre a vida e a morte, os acontecimentos, e as pessoas que cruzam os nossos caminhos. É um filme com uma beleza inquestionável – principalmente o primeiro capítulo, com sua estética mais surreal e apocalíptica -, é reflexivo e nos faz pensar muito sobre viver cada momento e aproveitar os ensinamentos que cada pessoa nos dá ao surgir em nossas vidas. É como dizem: ninguém se conhece por acaso, alguma coisa essa pessoa, momento, ou situação, vai nos ensinar algo importante para nós. Tem seus altos e baixos, mas é um filme bem interessante de assistir, e que vai te fazer rir, chorar, e dar um “UP” na sua vida. Mas qual a relação entre Chuck, as pessoas, e o fim do universo na primeira parte. A partir daqui, segue um SPOILER do filme: A Vida de Chuck tem uma abordagem mais surreal, e isso vale para a trama toda, mas principalmente no primeiro capítulo. O “fim do universo” mostrado no início é, na verdade, o fim dos tempo na mente de Chuck (a consciência dele), e das pessoas que ele conheceu durante a sua existência não do universo da “vida real”.



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A VIDA DE CHUCK


Ano: 2025

Direção: Mike Flanagan

Distribuidora: Diamond Films

Duração: 111 min

Elenco: Tom Hiddleston, Chiwetel Eijofor, Karen Gillan, Mark Hamill, Jacob Tremblay


NOTA: 9,0


Disponível no


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