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CRÍTICA | BOM MENINO

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

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Dizem que os animais veem e sentem coisas que nós humanos não conseguimos, e quando um cachorro ou gatinho de estimação está olhando para o nada, o que será que ele está vendo? Espíritos? Bom Menino (Good Boy, 2025), que estreia no Halloween desse ano, é um filme independente e experimental que fez um enorme sucesso ao redor do mundo, não necessariamente de bilheteria, mas pela sua proposta bem diferente, e fofinha. Assim como Natureza Violenta e Presença, “Good Boy” conta uma história de assombração a partir do ponto de vista de um cachorro, um “Duck Tolling Retriever”, originário da Nova Escócia, que o seu dono é o próprio diretor do filme, Ben Leonberg. Bom Menino é um típico filme de casa mal-assombrada, mas diferente de Presença – que também abordou o mesmo subgênero -, o foco do filme é o terror sobrenatural. Na trama, Todd (Shane Jensen) decide se mudar para a isolada casa de campo de seu avô, junto com seu cachorro Indy, após descobrir um câncer pulmonar, ignorando os avisos de sua irmã, que afirma que a casa dos seus avós era assombrada. Lá, o cachorrinho Indy começa a ver aparições estranhas que podem colocar a vida de ambos em risco, além de visões com o avô de Todd, que também tinha um cachorro da mesma raça.


Bom Menino é um típico filme de casa assombrada com os clichês típicos do gênero - portas se abrindo sozinhas, aparições nos corredores, porões que escondem segredos -, mas a produção se destacou mundo afora pela sua abordagem inusitada de mostrar uma história de assombração a partir da perspectiva de um cachorrinho. O diretor Ben Leonberg consegue criar um filme bem intenso com as aparições assustadoras de espíritos, nada de muito violento ou exagerado, e também nada de sustos fáceis, porém, é eficiente na construção do suspense e na imersão do público com a história. Presença, lançado no início do ano, também se passava em uma casa mal-assombrada, mas o filme focava mais no drama, quase não tinha o clima de suspense que Bom Menino tem, por isso acaba sendo mais interessante e dinâmico. O mistério da trama vai sendo revelado aos poucos, principalmente com os vídeos que Todd assiste do seu avô, além de visões – ou sonhos – que o cachorrinho acaba tendo. Porém, nem tudo é perfeito. Apesar dessa proposta diferente, o ritmo é um pouco lento, e mesmo sendo um filme bem curtinho (são apenas 1h13min), algumas situações acabam se repetindo; se fosse um curta, ou até um média-metragem, seria perfeito. E claro que o maior destaque é o cachorrinho Indy, que tem um carisma incrível, tão fofinho, com olhares e reações que entregam toda a tensão e desespero que ele sente pelo seu dono perfeitamente. Obvio que a gente fica apreensivo para que não aconteça nada com o doguinho.


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A parte técnica também se destaca, seja pelos cenários do lado de fora – a casa no meio da floresta coberta por uma névoa, com períodos nublados e com chuva -, ou pelo interior da casa – com os corredores e cenários escuros, tomadas de longa distância mostrando o perigo se aproximando, até o porão subterrâneo -, que dão o clima de tensão e suspense que só somam no resultado final. E apesar da proposta não ser mais tão inovadora (provavelmente esse formato vai virar algo comum em Hollywood), Bom Menino se destaca das outras produções por apresentar uma história de casa mal-assombrada a partir do ponto de vista de um cachorrinho, se tornando um filme experimental e até intimista, e que se não tivesse ficado tão popular na mídia, provavelmente nem iria estrear nos cinemas do Brasil. Good Boy é um terror mais contido, sem exageros ou com os famosos “jumpscares” repentinos, mas tem seus momentos de tensão com as aparições sinistras e bem produzidas da entidade maligna, e a parte final realmente vai te deixar preso na poltrona do cinema. Uma boa surpresa em um ano que tem sido incrível para o gênero do terror.



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BOM MENINO


Ano: 2025

Direção: Ben Leonberg

Distribuidora: Paris Filmes

Duração: 73 min

Elenco: Shane Jensen, Indy



NOTA: 9,0















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