CRÍTICA | VELOZES E FURIOSOS 7
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 3 de abr. de 2015
- 5 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.

Lançado lá em 2001, Velozes e Furiosos chamou a atenção perseguições de carros clandestinas, e claro, o elemento humano do longa: os protagonistas eram uma grande família. Um dos acertos do filme foi o foco que a história teve nos personagens, fazendo o espectador se identificar com eles e criando um sentimento, um vínculo familiar enorme. E isso se manteve em todos os sete filmes, algo que praticamente não existe nos filmes de ação, que apresentam uma história fraca e focando mais na ação. A partir do quinto filme, a série tomou um novo rumo, apostando mais nas sequências de ação, mas sempre mantendo os laços familiares, se reinventando e mostrando que tem folego e muita história para contar. Mais de uma década depois, a série chega no seu sétimo filme, mas com um triste desfecho na vida real, a morte de um dos atores mais amados e queridos da franquia: Paul Walker, o Brian. Na trama, depois de acabarem com os planos de Owen, em Velozes e Furiosos 6, o irmão mais velho dele, Deckard (Jason Stathan), vai atrás de vingança, e promete matar todos da equipe de Toretto. Com essa ameaça inevitável, eles acabam recebendo a ajuda de um agente, o sr. Ninguém (Kurt Russel), para acabarem de vez com Deckard.
A cronologia da série é bem interessante, e nesse sétimo filme não é diferente: o enredo começa pouco antes do fim de Velozes e Furiosos 6, passa pelo enredo de Desafio em Tóquio, e segue em frente em uma nova história. Desde o quinto filme, mas principalmente o sexto, a série deixou de lado as corridas de carros para se tornar um filme de ação e muita luta, e isso não prejudicou em nada, pelo contrário. Velozes e Furiosos 7 é o melhor filme da franquia, e é cheio de homenagens, e não só a Paul Waker, e sim também porque lembra os primeiros filmes da série: há uma corrida de carros no início, sequências em Tóquio, do terceiro filme, e o desfecho acontece nas ruas de Los Angeles, cenário do primeiro filme, com direito até a antiga casa de Toretto. Nostalgia pura. Velozes e Furiosos 7 tem cenas de ação absurdas e exageradas, assim como os outros da série, e o filme sabe muito bem disso. Carros caindo de penhascos, carros saltando de aviões, carros atravessando prédios, com direito a muita pancadaria onde os personagens saírem quase ilesos, e muita explosão; um prato cheio para quem gosta de ação. São cenas empolgantes, tensas e muito bem produzidas, garantindo a diversão.

No meio de toda essa ação absurda, há espaço para o drama, o romance, e o roteiro explora muito bem isso de cada personagem. Toretto e Letty lutam para que ela se lembre do passado, resultando numa linda cena final do casal, e Mia acha que Brian se sente entediado com a vida nova de casado. O humor também está presente nas piadas de Roman e Tej, os personagens cômicos, tirando várias risadas da plateia. E a introdução de personagens novos é um ponto forte para tornar a trama mais densa: Jason Stathan como o novo vilão (que misteriosamente aparece em todas as cenas de ação, atrapalhando a equipe de Toretto). Tem ainda Kurt Russel, como um agente que ajuda a turma de Toretto com suas piadas de cerveja, e Nathalie Emannuel, a Hacker da história. Jordana Brewster (Mia) é deixada de lado na história, mas tem papel importante na construção do final de Paul Walker, e até The Rock, que aparece quebrando tudo com o personagem de Stathan no início, e ressurge como o salvador da história. Todos os personagens tem uma ótima sintonia em cena, levando o filme a um nível superior aos outros filmes de ação.
Mas acredito que o grande chamativo do filme é a homenagem que o filme dedica para Paul Walker, que morreu em um acidente de carro em novembro de 2013. O ator faleceu antes do término das filmagens, fato que atrasou o cronograma do filme e quase que os produtores optaram por cancelar e recomeçar sem o personagem dele. Ainda bem que não cancelaram, e coube aos irmão de Paul Walker, o dublê, e a ajuda da equipe de efeitos especiais de Peter Jackson para digitalizar o rosto do ator. A homenagem aparece nas últimas cenas do filme, e o desfecho do ator na série é mostrado de forma tocante e emocionante, quase impossível de não se emocionar e até chorar. A forma escolhida para o desfecho de Brian irá surpreender a todos com uma história que prende a atenção desde o início, cenas de ação, lutas absurdamente loucas, Velozes e Furiosos 7 é o melhor filme da série, e disparado um dos melhores do ano até agora, exagerado e não tão nem aí para isso. A amizade dos personagens em todos os filmes é tão grande que eles se consideram uma família, e isso é o mais legal na série, pois eles sempre estão juntos nas suas loucas missões. E essa amizade não se limitou só na ficção: os atores acabaram se tornando uma família também fora das telas. A perda de Paul Walker deixou todos de surpresa, e Velozes e Furiosos 7 é uma emocionante homenagem que essa família fez para um de seus irmãos, Paul Walker. O legado de Brian na série terminou com chave de ouro, e o ator e seu personagem ficarão na memória de todos. Destaque para a linda música que toca durante a homenagem, See You Again, de Wiz Khalifa feat. Charlie Puth, e presta atenção na letra também, é de arrepiar.

ENTENDA A CRONOLOGIA DOS FILMES DA SÉRIE
Atenção: SPOILERS
O terceiro filme da série, Velozes e Furiosos - Desafio em Tokyo (2006), não teve nenhum personagem dos filmes anteriores, pelo menos até a última cena. A história acompanha um jovem americano, Sean (Lucas Black) que vai morar no Japão com seu pai, e acaba entrando no mundo das corridas no país, e ele tem como instrutor um japonês chamado Ham (Sung Kang), o mesmo que aparece nos outros filmes da série. Durante o longa, o personagem de Ham morre em um acidente, e misteriosamente, ele aparece no Velozes e Furiosos 4. Mas como assim?
Na cena final do terceiro filme, Sam descobre que um cara quer apostar uma corrida com ele, e fica sabendo ainda que Ham era um velho amigo desse cara misterioso. Esse cara é o Toretto, personagem de Vin Diesel. Isso deixou os fãs confusos, e continuou assim até o sexto filme, quando tudo foi explicado: na cena pós créditos de Velozes e Furiosos 6, uma corrida está acontecendo em Tóquio, e um dos carros sofre um acidente: quem dirigia era o Ham. Logo, o personagem de Jason Stathan, que seria o vilão do Velozes e Furiosos 7, aparece e descobrimos que foi ele que provocou o acidente que acabou matando Ham, e ainda, faz uma ligação para Toretto, avisando que vai atrás dele. A história de Desafio em Tóquio, o terceiro filme da série, se passa entre o sexto e o sétimo filme.
Então, a ordem fica assim:
1 - Velozes e Furiosos (2001)
2 - + Velozes + Furiosos (2003)
3 - Velozes e Furiosos 4 (2009)
4 - Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011)
5 - Velozes e Furiosos 6 (2013)
6 - Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (2006)
7 - Velozes e Furiosos 7 (2015)

VELOZES E FURIOSOS 7 (FURIOUS 7)
Ano: 2015
Direção: James Wan
Distribuidora: Universal Pictures
Duração: 140 min
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez,
Jordana Brewstter, Tyrese Gibson, Ludacris, Jason Stathan
NOTA: 10
Disponível nos serviços de streaming






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