CRÍTICA | RESSURREIÇÃO
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 18 de mar. de 2016
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de mai.

Existem vários filmes baseados em histórias da Bíblia há muitos anos: A Última Tentação de Cristo (1988), Os Dez Mandamentos (1956), A Paixão de Cristo (2004), entre vários outros. A maioria desses filmes tiveram suas histórias contadas de forma diferente do que está na bíblia, como é o caso de "Noé", que foram alvos de críticas e até banimento em alguns países. Ressurreição (Risen, 2016) é o mais recente dessa lista, e pode ser considerado uma continuação do filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo (mas claro que não é), já que mostra os eventos depois da crucificação de Jesus Cristo. Na trama, após a crucificação de Cristo (Cliff Curtis) e o seu renascimento do túmulo, o tribuno romano Clavius (Joseph Fiennes) recebe a missão de Pôncio Pilatos (Peter Frirth) para encontrar o corpo de Jesus, que diziam que havia sido sequestrado pelos seus seguidores. À medida que Clavius vai investigando o desaparecimento, ele vai ficando com dúvida sobre a ressurreição do Nazareno, o fazendo refletir sobre tudo que ele acreditava.
Ressurreição mostra a história de Jesus após a sua crucificação, mas não segue tão fielmente os eventos da bíblia. A história é interessante, já que segue nos moldes de um filme de investigação, e todos seus elementos, com bastante suspense, revelações e surpresas, prendem a atenção do espectador. O filme tem um ritmo lento, principalmente depois da metade, quando aparecem os milagres, mas tudo é interessante, bonito, e nos faz pensar muito sobre ter fé e tudo o que Jesus fez. Esse é um dos pontos positivos: é um filme simples, mas te faz pensar. Não cria um debate profundo sobre o tema, mas está razoável dentro da proposta do filme. Outro ponto positivo é a representação de época (os cenários e os figurinos), muito bem produzidos, mostrando a vida e os costumes na época de Jesus; mas nada grandioso como Tróia, já que não é uma super produção Hollywoodiana.

Também não é um filme com atuações memoráveis, mas todos os atores estão ótimos, com destaque para Ralph Fiennes. Seu personagem é o mais interessante, e o que mais cresce, porque tem um drama: ele não tem nenhuma fé e não acredita em nada, mas durante a investigação, ele começa a acreditar nos seguidores de Jesus, o fazendo ter dúvidas sobre tudo. Cliff Curtis, convence bastante como Jesus Cristo, e as cenas em que ele aparece são marcantes. O elenco ainda conta com Tom Fdelton, o Draco da franquia de livros e filmes Harry Potter.
Ressurreição está longe de ser um épico bíblico como os outros filmes citados anteriormente, mas também nem se preocupa com isso, já que não tem pretensões de ganhar dinheiro, como a adaptação brasileira de Os Dez Mandamentos, e ainda tem uma bela reflexão sobre ter fé e acreditar somente naquilo que presenciamos. É um filme simples, e sem muita enrolação, tem suspense e cenas que podem mexer com seus sentimentos (principalmente na primeira aparição de Jesus Cristo), com um resultado final satisfatório, mas nada que vai marcar o cinema. O diretor Kevin Reynolds (Robin Hood) e os roteiristas acertaram em não contar uma história tão fiel à bíblia, dando uma visão diferente e mais interessante sobre a ressurreição de Cristo.

RESSURREIÇÃO (RISEN)
Ano: 2016
Direção: Kevin Reynolds
Distribuidora: Sony Pictures
Duração: 107 min
Elenco: Joseph Fiennes, Cliff Curtis, Tom Felton, Maria Botto e Peter Firth.
NOTA: 8,0
Disponível na NETFLIX e no Prime Vídeo


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