CRÍTICA | PERFEITA É A MÃE
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 13 de ago. de 2016
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de mai.

Ser mãe já não é fácil, e ainda as tarefas do dia a dia: trabalho, supermercado, cuidar da casa; todas as mulheres querem ser mães perfeitas, sendo o modelo padrão que a sociedade exige. O novo filme de John Lucas e Scott More (que também assinaram o roteiro), chega para quebrar esse padrão, e mostrar que as mães também podem ser divertir e ter seu momento de folga. Perfeita é a Mãe desconstrói esses estereótipos, mostrando mães revoltadas em uma comédia divertida e com muita confusão. Na trama, Amy Mitchel (Mila Kunis) é uma mãe que acabou de se separar do marido e está estressada com o trabalho, sua vida doméstica, e as reuniões do conselho de mães do colégio Mckinley. Em uma dessas reuniões, ela acaba conhecendo outras duas mães cansadas dos seus afazeres domésticos, Kiki (Kristen Bell) e Carla (Kathryn Hahn), e acabam fazendo uma grande amizade. O trio decide dar um tempo nas funções de mães, que acabam irritando Gwendolyn (Christina Applegate), uma rígida e controladora mãe, que também é a líder do conselho de mães, e do colégio, que fará de tudo para impedir que a situação saia do seu controle. Jada Pinkett Smith, Annie Mumolo e Jay Hernandez completam o elenco.
Perfeita é a Mãe não é um filme que se deve levar a sério, é um filme sobre libertação de três mães estressadas com o seu dia a dia, como qualquer outra mãe da vida real, mas com situações absurdas e muito engraçadas. O roteiro não mostra uma mudança significativa nas personalidades de suas personagens, elas apenas "deixam de ser mães" para se divertirem, e se tornam tão imaturas como qualquer criança. A proposta do filme é essa, e não seria uma comédia se fosse mais séria. Perfeita é a Mãe diverte, nos faz rir, e tem situações impagáveis e engraçadas, os diálogos também são, com direito a vários palavrões típicos nos filmes de comédia americana, e ainda tem algumas lições morais. O roteiro peca em alguns detalhes, como onde estão as crianças quando elas estão se divertindo, ou em algumas situações fora da realidade, e na forma fácil de como são resolvidos os problemas das personagens, além do uso excessivo de música pop em várias cenas.

Mila Kunis, Kristen Bell e Kathryn Hahn são as três mães sobrecarregadas de suas tarefas domésticas, e a sintonia entre elas é demais, como se fossem amigas a tempos. Os seus personagens têm um bom desenvolvimento, apesar de serem imaturas, e no final, se saem bem melhores. Amy, Kiki e Carla estão divertidíssimas e carismáticas, prendendo a atenção do espectador e nos fazendo rir das suas loucuras absurdas. Destaque para Kathryn e sua desbocada e sem limites Carla, a mais engraçada de todas; as três são as melhores personagens do longa. Do lado mais "cruel", temos Christina Applegate, Jada Pinket Smith e Annie Mummolo, que são as "mães perfeitas," com seus personagens bastante caricatos. Gwendolyn, personagem de Applegate, é a que manda em todo mundo e que comanda o colégio, e é também a que irá infernizar a vida das outras três mães, mas principalmente a de Amy.
Apesar de sua falta de expressão, Applegate está ótima no papel da mãe malvada, mostrando muita confiança no que faz. As personagens de Jada (Stacy) e Annie (Vicki), são apenas as mandantes de Gwendolyn, e nada mais. Annie poderia ter mais destaque e um papel bem mais importante no filme, já que ela se mostra apreensiva nas maldades de suas duas amigas, mas o roteiro também peca nisso. E na parte masculina, temos o galã Jay Hernandez, que poderá formar um par romântico com Amy, e David Walton, o ex da mesma. E ainda, as crianças também merecem destaque, principalmente Ooana Laurence e Emjay Anthony, os filhos de Amy Mitchel, que simplesmente arrasam em cena.

Perfeita é a Mãe não é apenas um filme de comédia qualquer, também toca em assuntos importantes como o feminismo, e faz uma crítica do papel da mulher na construção de sua família. Temos a mãe solteira que cuida de seu filho mais velho, a mãe que descobriu a traição do seu marido e a outra mãe introvertida que faz tudo o que seu marido quer. E elas mostram que podem muito mais do que aparentam. Não é um filme para se levar a sério, já que tem situações infantis e personagens imaturos, mas que no final, consegue passar uma lição importante para o espectador. É uma comédia engraçada, cheia de palavrões, com bastante música e várias referências a filmes e séries atuais, diverte e prende a nossa atenção.

PERFEITA É A MÃE (BAD MOMS)
Ano: 2016
Direção: John Lucas e Scott More
Distribuidora: Diamond Filmes
Duração: 100 min
Elenco: Mila Kunis, Kristen Bell, Kathryn Hahn, Christina Applegate, Jada Pinkett Smith, Annie Mumolo e Jay Hernandez
NOTA: 9,0
Disponível no



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