CRÍTICA | OS ESTRANHOS: CAÇADA NOTURNA
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 8 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de mai.

Em 2008, Liv Tyler e Scott Speedman estavam em uma casa afastada da cidade grande quando foram atormentados por assassinos usando máscaras sinistras, no filme Os Estranhos. Com um jogo de câmera bem planejado, mostrando cenas em que o assassino aparece no fundo, sem o personagem perceber, o filme tinha um suspense bem interessante, apesar de muitos terem achado o final ruim, e outros sentiram falta do "banho de sangue". Dez anos depois, os assassinos mascarados retornam para atormentar, agora uma família, em Os Estranhos - Caçada Noturna, trocando o ambiente de casa para um condomínio de trailers. Na trama, uma família em crise se hospeda em um condomínio de trailers, e são atormentados por assassinos mascarados com a intenção de matar. Bailee Madison, Lewis Pullman, Martin Henderson e Christina Hendricks encabeçam o elenco.
Os cenários vazios, tranquilos e escuros, ajudam a dar um clima de suspense e tensão ao longa, com mais possiblidades de explorar o novo ambiente, e o roteiro faz questão de separar a família em vários momentos, nos dando uma visão melhor do local. A tensão aqui é menor, em relação ao ambiente, já que ficar preso dentro de uma casa com os assassinos do lado de fora, assustador, mas o filme cria bons momentos de suspense e alguns sustos que valem a pena, os outros são previsíveis e básicos. O diretor Johannes Roberts optou por utilizar uma trilha sonora dos anos 80 em algumas cenas, criando um contraste bem interessante, e acertado, com as cenas de assassinatos, em especial, uma que passa em uma piscina, com luzes de neon, ao som de Total Eclipse Of The Heart; uma cena clássica já.

Como de costume em filmes do gênero, os personagens são burros e cometem erros ridículos, deixando o espectador irritado com suas decisões. Ainda, os personagens são mal desenvolvidos, não sabemos muito sobre eles, só a da filha mais nova, mas muito por cima, dificultando um pouco um elo de empatia com eles. Tem uns momentos fortes, como a cena do carro e uma no banheiro, mas não passa muito disso. Martin Henderson, do primeiro O Chamado, é o pai da família, Mike, e Christina Hendricks, da série The Good Girls, interpreta Cindy, a mãe da família, personagens básicos e típicos do gênero, mas eficientes em determinadas cenas. O foco maior é no casal de irmãos, Luke (Lewis Pullman) e Kinsey (Bailee Madison), que protagonizam grande parte do longa, a atriz faz uma problemática personagem, e o garoto faz o papel do típico irmão mais velho. Os dois revezam em momentos quando enfrentam os assassinos mascarados, e estão bem melhor do que os seus pais.
Em nenhum momento Caçada Noturna explica, detalhadamente, qual a motivação dos assassinos em cometerem os crimes, deixando meio que em aberto para interpretações. E aquele jogo de câmera que tinha no primeiro filme também está presente aqui, mas agora em cenários abertos, criando algumas situações bem interessantes, mas nada de tão chocante quanto no original. No fim, Os Estranhos – Caçada Noturna tenta se assemelhar a filmes como O Massacre da Serra Elétrica, e até franquia Pânico, mas falta o elemento gore, ainda que tenham cenas bem tensas e algumas criativas. Perde um pouco do clima de mistério e suspense, tem sustos previsíveis e um final pouco inventivo. Faltou pouco para Caçada Noturna se tornar um bom exemplar do gênero, mas ainda diverte.

OS ESTRANHOS: CAÇADA NOTURNA
Ano: 2018
Direção: Johannes Roberts
Distribuidora: Diamonds Films
Duração: 85 min
Elenco: Bailee Madison, Lewis Pullman, Martin Henderson e Christina Hendricks
NOTA: 7,5
Disponível na





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