CRÍTICA | O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 4 de jul. de 2015
- 4 min de leitura
Atualizado: 22 de mai.

Quando foi lançado em 1984, O Exterminador do Futuro levou a ficção para um outro nível; e a continuação, lançada em 1991, inovou nos incríveis efeitos especiais e nas transformações do robô T-1000 interpretado por Robert Patrick. Depois de duas continuações não muito expressivas, a Paramount resolveu fazer uma nova repaginada na franquia, ou uma nova versão, ou uma continuação... vai saber. Não que o filme seja confuso, é bem tranquilo de entender se você viu os dois primeiros filmes, ou sabe pelo menos a história deles: o roteiro de O Exterminador do Futuro: Gênesis pega momentos importantes dos dois primeiros filmes, usa no novo e ainda por cima muda alguns acontecimentos, principalmente do original. A trama começa em 2029, mostrando os humanos restantes, liderados por John Connor (Jason Clarke), lutando contra as máquinas para salvar a humanidade. A SkyNet enviou um exterminador para 1984 com a missão de destruir a mãe de John, Sarah Connor (Emilia Clarke), e para impedir isso, ele manda o soldado e seu braço direito, Kyle Reese (Jai Courtney), para mantê-la viva. Mas ao chegar em 84, Kyle descobre que ela já tem um guardião, uma nova versão do Cyborg T-800 (Arnold Schwarzenegger), a mesma réplica enviada para matar Sarah, e após se encontrarem, eles descobrem que devem ir até o ano de 2017 e impedir que a SkyNet lance Gênesis, o programa responsável pela destruição da humanidade. J. K. Simons e Matt Smith completam o elenco.
O exterminador do Futuro: Gênesis ignora os eventos de A Rebelião das Máquinas e A Salvação, e volta no tempo, relembrando e recriando passo a passo alguns acontecimentos dos dois primeiros filmes. É um filme que agradará os fãs e a nova geração que curte efeitos especiais e ação. O roteiro tem uma proposta ousada, mas criativa ao modificar a narrativa dos dois primeiros filmes, e a inserção de eventos já vistos na franquia são bem aproveitadas: a cena em que Schwarzenegger e seu Cyborg T-800 chega sem roupa até os três motoqueiros, no primeiro filme, o robô T-1000 do segundo, com suas lâminas e a transformação em metal líquido; as viagens no tempo; além de mudar a data do "Julgamento Final" para 2017. Após isso, o roteiro perde um pouco da genialidade e investe em cenas de ação e ótimos efeitos especiais, mas consegue prender o espectador com informações importantes, revelações e surpresas, ainda que a maior delas já tinha sido revelado nos trailers. Para explicar essas mudanças, a história usa as "linhas temporais", ideia muito usado em filmes de ficção, mas que aqui se encaixa muito bem.

O elenco é um ponto forte da produção, principalmente o astro Arnold Schwarzenegger: o ator esbanja simpatia no personagem, carinhosamente chamado de “Papi” por Sarah Connor, além de manter o humor que tinha os dois primeiros filmes da série e soltar os seus famosos bordões; é interessante ver como a equipe de efeitos conseguiu deixar o ator bem novo. A Sarah Connor de Linda Hamilton foi um ícone dos anos 80 e 90 e está entre as personagens femininas mais importantes do cinema; nesse novo filme há uma tentativa de mostrar todo o poder da nova Sarah, dessa vez interpretada por Emilia Clarke, de Game Of Thrones. A atriz se esforça bastante, mas não conseguimos ver nela toda a emoção e a energia da Sarah Connor original; é clichê, mas é difícil superar algum ator de personagens ícones. Jay Courtney, da série Divergente, é o novo Kyle Reese, e só está no filme para ser o (futuro??) par romântico de Sarah. O personagem de J.K Simons é esquecido em um ponto da trama, e sua presença é interessante, mas sem importância. A mesma coisa acontece com o ator coreano Lee Buyng-Hun, que interpreta o cyborg T-1000 (o mesmo robô que Robert Patrick interpretou no filme de 1991), que só tem importância no início e depois some da trama; mas a sua aparição é uma nostalgia para os fãs. E sobre John Connor? O novo personagem tem uma história bem profunda e Jason Clarke o interpreta no automático, não conseguindo passar nenhuma ligação com o espectador. Uma pena.
Ainda que não seja um filme perfeito, e muitos não o consideram, O Exterminador do Futuro: Gênesis consegue se aproximar bastante aos dois primeiros filmes, sempre mantendo a ação com ótimos efeitos especiais, e a curiosa mudança no roteiro consegue ser original, mantendo os elementos dos dois primeiros longas. O novo filme foca muito na ação e nos efeitos especiais, e esquece de nos apresentar uma história mais profunda, deixando o espectador um pouco confuso com a sua linha de tempo (o novo filme praticamente anula os eventos do original de 84). Mas a diversão é garantida na sessão, tanto para a nova geração quanto para os fãs, já que eles terão boas lembranças. Com isso, O Exterminador do Futuro - Gênesis é um novo começo para uma das maiores franquias do cinema. Inicialmente, e a intenção era fazer mais dois filmes, mas com o fracasso de bilheteria, o futuro da franquia é incerto.

O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS
Ano: 2015
Direção: Alan Taylor
Distribuidora: Paramount Pictures
Duração: 126 min
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jason Clarke, Jai Courtney, J. K. Simons e Matt Smith
NOTA: 8,0
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