CRÍTICA | MISSÃO: IMPOSSÍVEL - EFEITO FALLOUT
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 6 de mai.
- 4 min de leitura

É indiscutível o legado que a franquia “Missão: Impossível” tem deixado nos cinemas ao longo dos anos, e “Efeito Fallout” é a prova disso. Os quatro primeiros filmes tinham uma história à parte, não era interligados, mesmo mantendo os personagens principais desde primeiro filme, dos anos 90. Mas os rumos da franquia mudaram com o filme anterior, Nação Secreta, que acompanhava Ethan Hunt e sua equipe enfrentando uma organização secreta de assassinos, o “Sindicato”, o antagonista dali em diante. “Missão: Impossível – Efeito Fallout” funciona como uma continuação direta de Nação Secreta, trazendo mais sequências de ação, uma missão ainda mais impossível de se resolver, e claro, qual será a próxima loucura que Tom Cruise vai aprontar? Na trama, Ethan Hunt (Cruise) e sua equipe precisam recuperar três plutônios que podem causar uma destruição global, antes de cair nas mãos de criminosos terroristas. Rebecca Ferguson, Simon Pegg, Ving Rhames, Henry Cavill, Vanessa Kirby, Sean Harris e Alec Baldwin estão no elenco.
“Missão: Impossível – Efeito Fallout”, que traz o retorno de Christopher McQuarrie na direção, é um primor em todos os sentidos que um filme pode ser: na parte técnica, nos efeitos especiais, nas sequências de ação, e nos personagens carismáticos, e é incrível como a franquia vai melhorando a cada filme lançado. A trama também não traz nada de muito novo no gênero da ação – terroristas, armas nucleares, e grupos secretos -, mas Efeito Fallout se sobressai com uma trama inteligente, as vezes um pouco complexa, e com reviravoltas que vão prendendo a atenção do espectador nas suas 2h30 min de duração, e claro, as intensas cenas de ação que merecem ser vistas em uma tela de cinema. De início, a trama fica um pouco monótona, e demora um pouquinho para dar uma engrenada, mas quando começa, são interruptas sequências de ação uma mais incrível do que a outra: perseguição de carros nas ruas de Paris, Ethan Hunt pulando de prédios, e escalando helicópteros atrás dos bandidos, e um incrível desfecho na região de Caxemira, na Índia, que incluem uma intensa perseguição de helicópteros e tentar desativar uma bomba nuclear em menos de quinze minutos. E Christopher McQuarrie sabe como ninguém deixar o espectador tenso ao mostrar algumas sequências em plano sequência, com a câmera seguindo os personagens durante as perseguições sem nenhum corte.

É clichê falar isso, mas Tom Cruise é a alma da franquia, e a forma como o ator tem se entregado ao papel do agente da IMF é espetacular. Primeiro que o ator praticamente nunca usou dublês na franquia – e na maioria dos seus filmes ao longo da carreira -, então sim, as cenas mirabolantes e absurdas praticamente foram todas feitas por ele mesmo. Ethan Hunt é um ótimo agente, não é atoa que é considerado o melhor da IMF, mas ele também é sensível, e ao longo dos anos tem passado por várias situações que colocaram a vida de seus amigos, e sua ex-esposa Julia (Michelle Monaghan) em risco, e os laços criados com esses personagens transparecem em tela, resultando em uma ótima sintonia entre eles e que favorece a trama. Luther (Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg) estão com Hunt desde o início, e é incrível que eles se entendem apenas com um olhar básico, além de serem os “alívios cômicos” da franquia, soltando piadinhas e até indiretas no meio de toda confusão. Rebecca Ferguson retorna ao papel de Ilsa e comprova, novamente, o papel de protagonista feminina ao lado de Tom Cruise, sempre segura e pronta para enfrentar qualquer inimigo na porrada, onde sua personagem acaba criando um vínculo ainda maior com Hunt. Vanessa Kirby também, se destaca com sua charmosa Alana, uma personagem misteriosa e interessante que vai de acordo com os seus interesses. A nova adição é Henry Cavil, que interpreta o agente chato da CIA Walker, com suas caras e bocas estranhas, questionamentos duvidosos e que tem uma reviravolta meio que já esperada.

“Missão: Impossível: Efeito Fallout” supera todas as expetativas que o público pode esperar: ação interrupta, incríveis sequências de ação repleta de tensão, personagens carismáticos e divertidos, trama inteligente, e ainda vai na contramão das franquias recentes, que vão mostrando sinais de cansaço a cada filme lançado. Os filmes da série Missão: Impossível vão ficando cada vez melhores, e Efeito Fallout provavelmente é o melhor da franquia – disse isso também em Nação Secreta -, mas está valendo também. O grande destaque da vez é eletrizante sequência da perseguição de helicóptero, um perigo para quem tem medo de altura, tudo isso enquanto tentam desarmar uma bomba atômica em menos de quinze minutos – mas sabemos que leva mais do que quinze minutos para desarmar -. “Missão: Impossível – Efeito Fallout” prova que a franquia tem fôlego para continuar trazendo cenas de ação mirabolantes e cheias de adrenalina, mesmo após quase trinta anos do seu primeiro exemplar, além de consagrar Tom Cruise como um dos maiores astros da ação da atualidade. Mesmo com seus erros aqui e ali, o novo filme empolga, diverte, e é puro entretenimento de qualidade.

MISSÃO: IMPOSSÍVEL - EFEITO FALLOUT
Ano: 2018
Direção: Christopher McQuarrie
Distribuidora: Paramount Pictures
Duração: 148 min
Elenco: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Simon Pegg, Ving Rhames,
Henry Cavill, Vanessa Kirby, Sean Harris e Alec Baldwin
Disponível nos serviços de streaming






