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CRÍTICA | INVOCAÇÃO DO MAL 2

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • há 5 dias
  • 6 min de leitura

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O primeiro Invocação do Mal foi uma das maiores surpresas de 2013, agradando praticamente todo mundo – tanto o público e os fãs de terror, quanto os críticos (ainda mais que a maioria “torce o nariz” com os filmes do gênero) -, e era questão de tempo de se tornar uma franquia. A combinação de uma história real, com cenários e ambientação macabras, uso inteligente dos clichês típicos do gênero, aparições assustadoras de espíritos, a ótima direção de James Wan, e personagens cativantes (a família Perron, e claro, Ed e Lorraine Warren), tornou “The Conjuring” como um dos melhores filmes de terror das últimas décadas. No ano seguinte, a assustadora boneca Annabelle (que aparece na sequência inicial) ganharia o seu primeiro filme – bem ruim por sinal -, e agora, Invocação do Mal 2, trazendo outro caso tenebroso dos arquivos dos Warren.


Em agosto de 1977, na Inglaterra, a família Hodgson (uma mãe solteira com seus quatro filhos) é atormentada por uma outra entidade demoníaca, a Valak, caso que se tornou um dos mais documentados da história da paranormalidade, conhecido como “Poltergeist de Einfield”, que incluem até reportagens para televisão, um “circo midiático”. Enquanto isso, do outro lado do oceano, Ed e Lorraine Warren estão vivendo suas vidas quando são chamados pela igreja para investigar o caso em Einfield. Porém, não vai ser tão fácil, já que eles não conseguem nenhuma prova concreta de que a família esteja realmente sendo atormentada por algum demônio. Será que é tudo verdade, ou uma farsa bem planejada?


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Com uma nova família, novo ambiente, mais sustos, e um novo demônio, James Wan não decepciona, e consegue criar um filme tão assustador quanto o primeiro, além de expandir ainda mais a franquia do chamado “invocaverso”. Invocação do Mal 2 não tem nada de novo em relação ao roteiro, segue a mesma dinâmica do primeiro filme, mudando apenas o local e a família atormentada, mas a produção segue por um caminho distinto. O “Poltergeist de Einfield” foi amplamente documentado na época (principalmente em programas de TV), exatamente como mostra no filme, e por isso os cenários, a história, os acontecimentos, tudo ficou realmente próximo do que aconteceu, o que deixa o filme ainda mais interessante. Ed e Lorraine são enviados para Einfield apenas para investigar e apurar os fatos, e descobrir se a jovem Janet realmente está possuída, que as assombrações são reais, e não um fingimento da família Hodgson, e principalmente da própria garotinha. E aí cria um conflito no roteiro: ninguém está acreditando que Peggy (Frances O’Connor), Janet (Madison Wolfe), e sua família, estão sendo atormentados por uma entidade demoníaca, inclusive os próprios Warren ficam na dúvida, e o público acaba escolhendo um lado – o dos Hodgson’s, claro -.


A ambientação é um fator importante para que um filme de terror se destacar, e em “The Conjuring 2”, Wan também não decepciona: antes uma casa de campo, agora uma casa em um bairro no subúrbio de Londres, na Inglaterra, a casa da família Hodgson consegue ser tão sinistra quanto a casa dos Perron. Ambiente mais humilde, com rachaduras pela casa toda, moveis estragados, os cômodos da casa passam uma sensação de estar sempre “sujos”, tornando tudo mais angustiante. Essa ambientação toda torna tudo mais assustador, o que influencia nos sustos, nas sequências em que a família é atormentada, e nas aparições das entidades. E assim como no primeiro, essas aparições são mais frequentes e tensas do que antes: seja pelo idoso Bill Wilkins sentado na sua poltrona, o Homem-Torto (meio que desconexo da trama, mas ainda assustador e interessante) com seus movimentos sinistros em stop-motion, e principalmente a macabra Freira demoníaca Valak, que ganharia seu próprio filme, em sequências repletas de suspense, tensão e sustos muito bem planejados. E sim, os clichês típicos de casas mal-assombradas ainda estão lá, porém, novamente, são bem colocadas na trama, muitas vezes não sabemos de onde virão os sustos, e são em situações diferentes e que assustam ainda mais.


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Um dos maiores acertos do primeiro Invocação do Mal, foi a escalação de Patrick Wilson e Vera Farmiga para interpretar o casal Ed e Lorraine Warren, respectivamente. O carisma e a química que eles tinham como um casal era incrível, e isso se repete na sequência, comprovando que foram as melhores escolhas pra os personagens. Só que agora, eles entram em um conflito pessoal: como foram enviados somente para investigar, sem intervir, tem suspeitas e evidências que Janet e sua família estejam fingindo, ficando em dúvida se acreditam na família. O roteiro também constrói bem os conflitos da família Hodgson, enfatizando o drama da garotinha Janet (Madison Wolfe) e sua mãe, Peggy (Frances O’Connor). James Wan nos apresenta a rotina deles, o drama do pai ausente, e o carinho e a união que eles tem entre si, tudo isso antes das assombrações acontecerem, aumentando mais a conexão com o público. Frances O’Connor consegue passar para o público toda a angústia da personagem em não saber o que fazer para ajudar suas filhas, além de ninguém acreditar que estão realmente sedo assombradas. Já Madison Wolfe transita bem entre a doçura e a fragilidade de sua personagem para uma garotinha possuída. Porém, a interação de Ed e Lorraine com a família Perron do primeiro filme, era mais elaborada e delicada do quem com os Hodgson’s, mas há um momento muito lindo quando Ed canta a música “Can't Help Falling in Love” do Elvis, com um violão.


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A resolução de Invocação do Mal 2 pode não agradar muita gente, já que a “batalha final” entre os Warren contra a Freira Valak é bem curta, básica, e sem muita emoção, levando em consideração que o filme tem mais de duas horas de duração. No mais, James Wan cria uma sequência tão boa quanto o original mantendo o clima macabro, os sustos (aqui são mais elaborados e imprevisíveis), a tensão, o suspense, e as cenas assustadoras com as entidades são ótimas, além do carisma de Vera Farmiga e Patrick Wilson que tem uma química incrível em cena. Invocação do Mal 2 assusta, diverte, e é uma continuação perfeita e do mesmo nível do original.



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INVOCAÇÃO DO MAL 2


Ano: 2016

Direção: James Wan

Distribuidora: New Line Cinema

Duração: 134 mim

Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Madison Wolfe, Frances O'Connor.


NOTA: 9,5


Disponível na


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EASTER-EGGS


Na cena de abertura, quando Ed e Lorraine estão fazendo uma sessão espírita na casa em Amityville, e Lorraine faz uma projeção astral pela casa, ela vê um garotinho fantasma no canto do corredor. Essa cena é uma referência a uma foto real feita por um fotografo chamado Gene Campbell, que fazia parte da equipe que foi visitar a casa onde aconteceu os assassinatos em Amityville.


Cena de Invocação do Mal 2
Cena de Invocação do Mal 2

Foto registrada por Gene Campbell
Foto registrada por Gene Campbell


Após a sequência de abertura em Amityville, quando mostra cenas ao ar livre da cidade de Londres – com a música "London Is Calling" -, aparece um outdoor com o anúncio do filme Exorcista 2: O Herege, que estreou em 1977. É muito rápido, por isso não é possível ver durante a cena, só se você pausar exatamente nessa parte.


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O nome da freira demoníaca de Invocação do Mal 2 se chama VALAK, mas Lorraine descobre somente na sequência final. Porém, o nome da freira aparece em quatro momentos:


  • Primeiro, aparece na cena em que Ed e Lorraine estão tomando chá na cozinha, a partir dos 33 minutos, aparecendo duas vezes: uma ao lado de Lorraine e outra ao lado de Ed.


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As outras aparecem a partir dos 43 minutos. Primeiro, na mesa onde a filha de Lorraine e Ed, Judy, está montando uma pulseira com letras.


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E logo em seguida, o nome aparece na estante ao lado onde Lorraine está sentada lendo um livro. 


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O CASO REAL DO "POLTERGEIST DE EINFIELD"


Assim como no primeiro filme, Invocação do Mal 2 também é baseado em um caso real dos arquivos de Ed e Lorraine. Antes era a família Perron atormentada por uma entidade, agora é a família Hodgson - uma mãe com seus quatro filhos -, que moram em Londres, no bairro de Einfield. Janet, de 11 anos, e sua irmã Margareth, de 13 anos, começaram a ouvir vozes e barulhos estranhos pela casa, e não demorou muito para que a mãe das garotas, Peggy, começasse a perceber as assombrações. De todos os quatro filhos, Janet era a que mais sofria com as assombrações. Peggy chamou a policia porque achava que estavam invadindo a sua casa, mas quando eles - incluindo os policiais - viram uma cadeira se mexendo sozinha, perceberam que havia algo sobrenatural.


Não demorou muito para que o caso ganhasse repercussão na mídia, com entrevistas em um programa de TV do país - por isso o caso foi bastante documentado -, incluindo uma entrevista com Janet sendo "possuída" pela entidade. E foi com essa ampla divulgação que Ed e Lorraine Warren acabaram descobrindo sobre o caso em Einfield, somente no ano seguinte. Peggy e Janet afirmaram em entrevistas que mentiram algumas veze sobre as assombrações, mas a maioria das situações assustadoras aconteceu de verdade.; Ed e Lorraine afirmaram que as assombrações realmente aconteceram.


Veja abaixo algumas fotos reais sobre o caso do Poltergeist de Einfield, além de dois vídeos: um documentário da BBC sobre o caso, e uma entrevista com Janet e sua família.


Janet (a direita), e seus irmãos.
Janet (a direita), e seus irmãos.

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A casa da família Hodgson.
A casa da família Hodgson.

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Ed e Lorraine Warren na época do caso de Einfield.
Ed e Lorraine Warren na época do caso de Einfield.



ENTREVISTA COM JANET (VÍDEO)






DOCUMENTÁRIO DA BBC SOBRE O CASO (LEGENDADO)





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