CRÍTICA | BONECO DO MAL
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 19 de fev. de 2016
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de mai.

Quem diria que histórias de bonecos de crianças que ganham vida e começam a matar todo mundo iriam fazer tanto sucesso? Nos anos 80 foi o famoso Chucky, de Brinquedo Assassino, e desde então vários filmes surgiram, mas sem muito sucesso, até chegar na boneca Annabelle, que surgiu no filme Invocação do Mal. Indo no sucesso da assustadora boneca Annabelle, estreia nos cinemas mais um filme com um boneco possuído, O Boneco do Mal, estrelado por Lauren Cohan, a Maggie deThe Walking Dead. Apesar da estranha tradução, O Boneco do Mal não é ruim como falam, garantindo bons sustos, uma história bem interessante, e um final revelador. Na trama, Greta (Lauren Cohan) é uma jovem americana que está na Europa para recomeçar a sua vida, e é chamada para ser babá de uma criança enquanto os pais estão de férias. Já na casa, o casal Helshire (Jim Norton e Diana Hardcastle) apresentam o seu filho Brahms, que na verdade é um boneco de porcelana. Mas nem tudo parece tão fácil, já que existem regras para cuidar do boneco, e aos poucos, situações estranhas acontecem na casa, que podem estar envolvidas com o tal boneco, e com a ajuda de um amigo da família, Malcolm (Rupert Evans), eles vão descobrindo o grande mistério que envolve o boneco. Ainda estão no elenco Rupert Evans, Jim Norton e Diana Hardcastle.
O Boneco do Mal começa muito bem, prende a sua atenção e logo nos apresenta ao tal boneco de porcelana que não tem nada de assustador. A história tem muito suspense e a ambientação ajuda bastante, principalmente nas cenas à noite, onde a iluminação é com velas. À medida que a história do boneco é explicada, o filme fica ainda mais interessante, e quando o boneco entra em ação, rende alguns sustos e situações bem tensas, e fica uma pergunta na cabeça do espectador: como o boneco se move e faz as suas maldades, já que não vemos o boneco se mexer? E aí pode ser uma decepção para quem espera algo como o filme Brinquedo Assassino, pois Brahms não se move como o Chucky, e por isso, O Boneco do Mal serve mais para um suspense psicológico do que um filme de serial killer versão boneco.

Como todo bom filme de suspense e terror, existe uma interessante revelação que muda totalmente o que a gente imaginava do filme. Isso não é ruim, e realmente é algo que o público não espera, mas é partir daí que o filme muda o foco, fato que não estraga o filme, mas fica sem nexo com toda a história. E além de sustos, você poderá rir em algumas cenas em que os personagens contracenam com o boneco. São situações estranhas que é impossível não ser engraçado.
Um dos maiores problemas dos filmes de terror, além dos clichês que, aliás, o filme tem muitos, é a falta de desenvolvimento dos personagens para o público criar empatia. O Boneco do Mal, felizmente, tem um bom aprofundamento em alguns personagens, principalmente com Greta, que é ajudado pelo carisma da atriz. E ainda tem a história do boneco que, além de ser sinistra, tem um drama que envolve seus pais. Não são grandes histórias, mas estão dentro dos limites dos filmes de terror. No fim, O Boneco do Mal pode não agradar por causa do final, no qual nunca tinha pensado nessa hipótese. Ainda, o filme não é bom o suficiente para entrar na lista dos melhores filmes de terror, mas dentro de sua proposta, cumpre o que promete e garante muita diversão ao espectador. Tem uma história boa que prende a atenção, sustos, risadas, um final surpreendente que será comentado após a sessão, e a Maggie de The Walking Dead.

BONECO DO MAL (THE BOY)
Ano: 2016
Direção: William Brent Bell
Distribuidora: Diamond Filmes
Duração: 97 min
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, Jim Norton e Diana Hardcastle
NOTA: 7,5
Disponível no




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