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CRÍTICA | A HORA DO MAL

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • 13 de ago.
  • 3 min de leitura

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2025 tem sido um ano ótimo para o terror, com produções que fugiram das regras básicas e clichês do gênero – Faça Ela Voltar e Pecadores, por exemplo -, que tinham mais um apelo visual e gráfico do que sustos baratos. E agora, temos esse A Hora do Mal, um terror psicológico e investigativo que tem conquistado público e crítica – quase 100% de aprovação dos críticos, um enorme sucesso de bilheteria, e que está sendo considerado um dos melhores filmes de terror do ano -, com uma trama de mistério intrigante que dura até o seu desfecho visceral. “Weapons”, no original, é dirigido por Zach Cregger, que em 2022 lançou ó ótimo Noites Brutais, e se passa na pacata cidadezinha de interior chamada Maybrooke. Em uma determinada noite, as 2h17 minutos da madrugada, 17 crianças desapareceram ao mesmo tempo, deixando a cidade toda preocupada. Acontece que todas as crianças desaparecidas são da mesma sala de aula da professora Justine (Julia Garner), porém, somente uma não sumiu, o garotinho Alex (Cary Christopher). Os pais da acabam desconfiando que a professora é responsável pelo desaparecimento dos seus filhos, atacando-a diversas vezes, e durante a investigação – tanto da polícia quanto da própria Justine -, acabam descobrindo que algo muito maior pode estar acontecendo. Josh Brolin, Benedict Wong e Amy Madigan completam o elenco.


A trama de A Hora do Mal acontece de forma investigativa e não linear, um quebra-cabeças da perspectiva de cada personagem que está envolvido nesse mistério, conectando todos e tudo o que acontece com eles. Temos a professora Justine provando a sua inocência – a cidade toda está culpando-a pelo desaparecimento das crianças -, tem o pai inconformado pelo desaparecimento do seu filho, Archer (Josh Brolin), o policial impulsivo Paul (Alden Ehrenreich), o diretor da escola, Marcus (Benedict Wong), o viciado em drogas James (Austin Abrahams), e o único garotinho que não desapareceu, Alex (Cary Christopher). Esse ponto de vista é estruturado em “capítulos”, cada um dos personagens tem a sua versão do mistério introduzida na trama, e todos acabam se conectando de alguma forma, assim como alguns acontecimentos também acabam se complementando. “Weapons” não é um filme de sustos, a história vai crescendo aos poucos, a tensão e o mistério vão aumentando, o quebra-cabeças começa a se encaixar, e isso deixa o espectador cada vez mais intrigado em entender o que está acontecendo.


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E assim como o seu filme anterior, Noites Brutais, a direção de Zach Cregger continua eficiente: os planos sequência acompanhando os personagens correndo, aumentam ainda mais a tensão, além de criar uma ambientação assustadora com diversas situações bizarras e fora do comum que acabam causando um certo desconforto no espectador. E por trás de tudo, o roteiro - também escrito por Cregger -, ainda aborda temas como luto, perda, culpa, e rejeição, desenvolvendo bem os protagonistas desses mistério, assim como os seus dramas pessoais, e a cada “capítulo” os personagens são aprofundados. Julia Garner transmite bem para o espectador a vulnerabilidade de sua personagem, mas ao mesmo tempo se mostra determinada em enfrentar todos os problemas que está passando, e Amy Madigan rouba a cena, dominando o terceiro ato todinho, e está assustadora como a bizarra senhora Gladys. Há também alguns toques de humor, principalmente em relação ao personagem de Austin Abrahams, o drogado e morador de rua James, e por fim, outro destaque é o garotinho Alex, que segura com maestria todos as situações que passa, principalmente os mais tensos.


A cada ponto de vista apresentado pelos personagens, as peças do quebra-cabeças vão se encaixando, se complementando, e vamos entendendo aos poucos tudo o que está acontecendo, o que leva para o seu desfecho surpreendente, imprevisível e visceral. A Hora do Mal provavelmente é o melhor filme de terror do ano, criativo, inusitado, tem alguns sustos imprevisíveis, situações estranhas, e momentos mais “gore” e violentos – especialmente o desfecho impactante -, que podem causar um certo desconforto no espectador. Michael Cregger cria um mistério envolvente desde os minutos iniciais até o desfecho, e essa dinâmica do ponto de vista de vários personagens, e a filmagem em plano sequência acompanhando os personagens, são os pontos fortes do filme, aumentando ainda mais a experiência, além de ser intenso e repleto de surpresas. Não é tão violento quanto Faça Ela Voltar, mas também tem o seu impacto.




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A HORA DO MAL


Ano: 2025

Direção: Michael Cregger

Distribuidora: Warner Bros. Pictures

Duração: 128 min

Elenco: Julia Garner, Josh Brolin, Alden Ehrenreich, Benedict Wong, Austin Abrahams), Cary Christopher.


NOTA: 9,5














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