CRÍTICA | STING - ARANHA ASSASSINA
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 6 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de abr.

Os filmes de monstros se popularizaram na década de 90, mas esse subgênero já era explorado a séculos, seja por personagens clássicos como o Frankenstein, Lobisomen, o xenomorfo da franquia Alien, até os animais geneticamente modificados, criaturas marinhas monstruosas, e animais comuns. O filme Aracnofobia, lançado em 1990, causou pânico e medo principalmente para quem tinha medo de aranha, mas foi um sucesso de público e de bilheteria, e impulsionou os filmes de aranhas assassinas no cinema.
Em 2024 tivemos dois filmes com aracnídeos assassinos, o francês Infestação e o filme em questão, Sting – Aranha Assassina, produção da Austrália sobre uma aranha alienígena que assobia quando está com fome, e que aterroriza os moradores de um condomínio em Nova York. Pegando elementos dos filmes trash, a trama de Sting começa mostrando um pequeno meteorito caindo em um condomínio, onde de dentro sai uma “inofensiva” aranha. A jovem Charlotte (Alyla Browne) a encontra e decide cuidar do aracnídeo como se fosse um bicho de estimação. Mas rapidamente a aranha vai crescendo, ficando cada vez mais faminta, e acaba fugindo e se escondendo nos corredores do condomínio, matando tudo o que vê pela frente.
Sting – Aranha Assassina não é um filme que se deve levar a sério, mas cumpre a promessa de ser divertido, é um filme de aranha simples, honesto, e que vai direto ao ponto. O diretor Kiah Roache-Turner usa os cenários claustrofóbicos do condomínio ao seu favor – corredores, tubulações, os apartamentos, o porão na sequência final -, garantindo momentos de suspense e tensão que são potencializados pelo fato de uma tempestade de neve estar assolando Nova York no lado de fora do prédio, aumentando ainda mais a sensação de isolamento por estarmos presos no condomínio com os personagens. Sting tem seus exageros, pega elementos dos filmes trash, e tem situações absurdas daquelas que só acontecem em filmes, mas que funciona por ser exatamente essa proposta. Outro destaque são os efeitos práticos, que estão ótimos e foram muito elogiados, assim como a maquiagem que lembra bastante os filmes de monstros dos anos 90. Além disso, o terror tem algumas semelhanças com o primeiro Alien – pela trama se desenrolar em um único lugar, as tubulações, os personagens sendo caçados pela aranha e morrendo um a um -.

Outro ponto a favor de Sting são os personagens e seus dramas, muito bem desenvolvidos na trama. Abordando temas como luto, abandono, problemas familiares, a sensação de fracasso, todo o elenco está ótimo, e alguns são típicos de produções do subgênero – a vizinha chata, o aspirante a cientista, o alívio cômico, tem até cachorrinho, gato, e papagaio -, mas são carismáticos e acabam criando uma empatia com o público, ou raiva mesmo. Alyla Browne, a garotinha Charlotte, é o carisma em pessoa, assim como o seu padrasto Ethan (Ryan Corr), e a relação entre eles é bem bonita e explorada no roteiro; não chega a emocionar, mas tem o seu efeito. Ainda tem a personagem que todos querem que morra logo, a senhora Gunter (Robyn Nevin), e o alívio cômico, o especialista em dedetização Frank (Jermaine Fowler), que tira risadas genuínas do público.
Sting – Aranha Assassina não reinventa os filmes de monstros/aranhas, tem muitos clichês, situações absurdas, personagens estereotipados, mas é um filme de terror honesto na sua proposta, diverte, tem bastante suspense e momentos de tensão, e ainda tem o plus de ter uma trama bem desenvolvida, que não é vazia e sem emoção nenhuma. É um típico filme de monstros com todos os elementos possíveis, que segue para o lado mais trash e que não se deve levar a sério, é a luta pela sobrevivência contra uma aranha alienígena do tamanho de uma pessoa. Se você abraçar a proposta do filme, Sting vai se tornar bem divertido, um terror despretensioso. E sim, provavelmente terá uma continuação.

STING - ARANHA ASSASSINA
Ano: 2024
Direção: Kiah Roache-Turner
Distribuidora: Diamond Filmes
Duração: 92 min
Elenco: Alyla Browne, Ryan Corr, Robyn Nevin, Jermaine Fowler, Penelope Micthell
NOTA: 8,0
Disponível para compra/aluguel no:






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