CRÍTICA | UM PEQUENO FAVOR

Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
28 de set. de 2018
3 min de leitura

Atualizado: 7 de mai.

Blake Lively ficou famosa na série Pretty Little Liars, e quando ela aparece em algum filme, é bom a gente ficar atento, porque geralmente vem coisa boa (vide A Incrível História de Adaline e Águas Rasas). E se junto com ela, está Anna Kendrick, dos filmes A Escolha Perfeita, essa combinação se torna ainda mais curiosa. Eis que temos Um Pequeno Favor, dirigido por Paul Feig - que fez comedias como Missão Madrinha de Casamento e Caça Fantasmas -, um filme que mistura comédia, investigação, sarcasmo e muitas reviravoltas na trama. Seguindo a linha de Garota Exemplar, Um Pequeno Favor é baseado no livro de Darcey Bell, e no elenco ainda tem Henry Godling, de Podres de Ricos. Stephanie (Anna Kendrick) é uma tímida, recatada e mãe solteira que conhece Emily Nelson (Blake Lively), uma mulher elegante, misteriosa, casada com Sean (Henry Golding), e que acabam se tornando grandes amigas graças aos seus filhos. Um dia, Emily desaparece, e Stephanie decide buscar respostas sobre esse mistério, e acaba descobrindo que sua amiga não era o que ela pensava ser.

Um Pequeno Favor é um filme que não se deve levar a sério. A produção é uma mistura de comédia com suspense e investigação, envoltos em um jogo de segredos e surpresas que, ao longo da fita, vão aparecendo. A narrativa é bem desenvolvida, com muito sarcasmo, sensualidade e humor que prende a atenção do público, e quando você acha que resolveu o mistério, Paul Feig, e as suas constantes reviravoltas na trama, mostra que não.

Não tem muito do que falar do filme, se não sobre suas protagonistas, Anna Kendrick e Blake Lively. As duas personagens têm personalidades totalmente diferentes, em todos os sentidos possíveis: desde as suas roupas, o seu jeito de agir, e até a decoração de suas casas. Stephanie, interpretada por Kendrick, é a mãe mais recatada e tímida, que se veste de forma mais “decente”, e com uma decoração mais “brega” e simples possível. Já Emily (Blake Lively) é a mãe chique, misteriosa e imprevisível, com roupas elegantes e sensuais, dona de uma enorme mansão. Ambas as atrizes se destacam na trama, e as suas interações são deliciosas de acompanhar, e é interessante como duas mulheres bem distintas uma da outra se dão muito bem. Ainda tem no elenco, o ator Henry Golding, que nesse ano se destacou na comédia romântica chinesa Podres de Ricos. Aqui, ele interpreta Sean, o marido de Emily, o colocando em uma posição de alto desejo sexual.

A primeira parte de Um Pequeno Favor é a construção da relação das duas protagonistas, para depois, após o desaparecimento de Emily, começar a investigação organizada pela sua melhor amiga, Stephanie. Os diálogos são divertidos, ácidos e ríspidos, com muito humor e uma ambiguidade bem visível, e é aí que o mistério começa. As atitudes dos três protagonistas é digna de se suspeitar, se tornando um jogo onde não sabemos quem está falando a verdade, até mesmo sobre o misterioso desaparecimento. Um Pequeno Favor é uma das grandes surpresas do ano, uma trama inteligente e sensual que mistura humor e sarcasmo, com muitas reviravoltas e surpresas dignas de um filme de mistério. Pelo tom da produção, é claramente notável que não é um filme para se levar a sério, onde nem mesmo um crime é tratado com seriedade, e isso é um dos charmes do filme.