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CRÍTICA | PREMONIÇÃO 6 : LAÇOS DE SANGUE

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • há 2 dias
  • 4 min de leitura


Quando o primeiro Premonição (Final Destination) foi lançado a 25 anos atrás, o filme deu uma repaginada no gênero “slasher”, que estava dando sinais de desgaste – mesmo que franquias com a trilogia Pânico e os dois filmes do Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado estando em alta ainda -. A diferença crucial de “Final Destination” era o assassino sendo uma entidade sobrenatural ao invés de um serial killer em carne e osso, como os outros filmes do gênero, o que deixava o filme mais assustador. O sucesso foi tão grande entre os fãs do terror que Premonição acabou se tornando uma franquia com cinco filmes ao longo de mais de dez anos – o último foi lançado em 2011 -, sendo dois em formato 3D. A dinâmica dos filmes era sempre a mesma, alguém tinha uma visão (a premonição) de um acidente que o mataria, alguns se salvavam, mas tempos depois a morte voltava para matar todos os sobreviventes. Porém, em cada filme tinha algumas diferenças: o “visionário” via dicas de como as pessoas iam morrer – em fotos ou visões -, a ordem da morte pularia se você conseguisse escapar dela (mas sempre voltava), você também poderia morrer por alguns segundos e ser “ressuscitado”, ou até poderia trocar sua vida com outra pessoa, mas você teria que matá-la.


A franquia tinha acabado, e somente 14 anos depois um sexto filme sairia do papel, coincidindo com o aniversário de 25 anos do primeiro filme. E a espera dos fãs finalmente acabou: “Premonição 6: Laços de Sangue” finalmente está entre nós, mais divertido, mais violento, e ainda reinventa a franquia: ao invés de desconhecidos, ou colegas e amigos de escola, agora é uma família descendentes de uma “visionária” que teve a premonição nos lá anos 60; mas essa questão é bem maior do que parece. A trama começa nos anos 60, onde a jovem Iris (Brec Bassinger) está indo jantar com seu namorado/noivo em uma restaurante em uma torre nas alturas recém-inaugurada, e acaba tendo uma visão que a torre vai cair e explodir. Depois, a cena corta para os dias atuais, onde conhecemos Stefani (Kaitlyn Santa Juana) que está tendo pesadelos com essa mesma visão. E para tentar descobrir os motivos desses sonhos, ela decide voltar para a sua cidade natal, e acaba descobrindo uma ligação mortal com Iris que, colocando toda a sua família em risco.



A premissa de Premonição 6: Laços de Sangue, mas essa dinâmica específica é um pouco diferente dos outros filmes, o que pode se um pouco estranho para os fãs. Mas os diretores Zach Lipovsky e Adam B. Stein fizeram um ótimo trabalho, conseguindo dar um novo ânimo na franquia, e ainda manter toda a essência que tornaram os filmes o sucesso que é hoje. O desastre da torre é um dos melhores da série – perdendo apenas para a do voo 180 e a do engavetamento na estrada -, resultado de uma ótima direção onde eles aproveitam todos os detalhes do restaurante “Sky view” para as mortes. Com certeza é a abertura mais bem produzida da franquia. E o principal atrativo dos filmes – as mortes dos sobreviventes – também não decepcionam: bem elaboradas, criativas, tem o mistério e o suspense que antecedem as mortes, e muitas vezes ficamos na dúvida de quem e como vai morrer. A sequência da máquina de ressonância é um das melhores e mais brutais da franquia – e está entre as melhores, junto com a da câmara de bronzeamento do terceiro filme -.


O fato de os personagens fazerem parte da mesma família, e serem descendentes de Iris, é maior diferencial de “Final Destination 6”, e provavelmente de toda a franquia, e posso estar enganado, mas eu entendi uma possível conexão com todos os cinco “visionários” da franquia – Alex, Kimberly, Wendy, Nick e Sam -. Há também um tom de comédia no texto, com um humor ácido, mórbido, piadas sarcásticas, e o fato dos personagens terem os “laços de sangue” deixa tudo ainda mais divertido. Iris (Brec Bassenger) é a visionaria da vez, e pena que aparece somente na sequência de abertura; bem que Premonição 6 poderia ter se passado nessa época. Quem “divide a premonição” é Stefani, interpretada pela novata Kaitlyn Santa Juana, que tem a mesma visão do acidente na torre de Iris, e precisa alertar toda a sua família sobre a lista da morte. Stefani tem um certo carisma e se esforça para convencer a sua família sobre toda a situação, e o roteiro ainda desenvolve um drama pessoal sobre abandono e aceitação familiar, conferindo uma certa densidade na personagem.



O problema aqui são os outros integrantes da família: nenhum deles tem carisma o suficiente para cativar os fãs, e as suas mortes não têm aquele peso mais emocional como nos outros filmes – em parte, culpa do mal desenvolvimento desses personagens -, e acabam sendo apenas divertidas e com muito sangue. Já a participação de Tony Todd é realmente emocionante – lembrando que o ator faleceu no ano passado -, além de ser pura nostalgia para os fãs da franquia, e ainda tem uma grande reviravolta sobre o seu passado e o motivo de saber tanto sobre as premonições e os planos da morte. É como se essa peça se encaixasse perfeitamente na franquia.


Outro problema de Premonição 6: Laços de Sangue é o ritmo na parte final, que ficou tudo muito apressado – mesma coisa que aconteceu com Premonição 3 -, tendo em vista que praticamente o filme inteiro estava se desenvolvendo adequadamente, além dos efeitos em CGI que ficaram bem ruins (principalmente na cena final). Mas no geral, Final Destination 6: Bloodlines é uma ótima adição a franquia, lembrando bastante os primeiros filmes, e entregando tudo o que os fãs queriam: tensão, mortes chocantes, homenagens, e referências aos outros filmes. O novo capítulo traz de volta o terror clássico dos anos 2000, as mortes são mais elaboradas, e essa dinâmica de “descendentes” dá um novo frescor para a franquia, além de trazer uma bela nostalgia para os fãs. A sensação é de que Premonição 6 fecha o ciclo da franquia de forma digna e perfeita, mas também parece ter muitas possibilidades para possíveis continuações.



PREMONIÇÃO 6: LAÇOS DE SANGUE


Ano: 2025

Direção: Zach Lipovsky e Adam B. Stein

Distribuidora: New Line Cinema

Duração: 109 min

Elenco: Kaitlyn Santa Juana, Teo Briones, Tony Todd, Richard Harmon, Brec Bassinger



NOTA: 8,5






















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