CRÍTICA | LONGLEGS - VÍNCULO MORTAL
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 30 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de dez. de 2024

Desde o início do ano tem se falado muito sobre o filme Longlegs: Vínculo Mortal, tudo por causa da intensa campanha de marketing dizendo que a produção é uma das “mais assustadoras dos últimos anos”. Sucesso em vários países, principalmente nos EUA, o primeiro trailer não mostrava muita coisa sobre a trama, apenas imagens enigmáticas e realmente bem assustadoras, e sabíamos apenas que era um terror investigativo envolvendo um serial killer, e que tinha Maika Monroe como uma agente do FBI responsável pela investigação, além do astro Nicolas Cage no papel do assassino em série. Para fins de curiosidade, o diretor é Osgood Perkins, filho do ator Anthony Perkins, o Norman Bates de Psicose (1960), e muitos não devem lembrar, mas ele participou de Legalmente Loira lá em 2001. Voltando ao filme em questão, apesar da atmosfera tensa, a trama envolvente, e as cenas gráficas, Longlegs: Vínculo Mortal é um ótimo suspense investigativo com toques sobrenaturais, mas não é tudo isso que falaram. Na trama, a agente do FBI Lee Harker (Maika Monroe) é designada para investigar os crimes de um serial killer conhecido como “Longlegs”. Alicia Witt e Blair Underwood também estão no elenco.
A maioria dos filmes de terror optam por entregar sustos fáceis para chamar a atenção do espectador, e acabam esquecendo de criar uma trama realmente interessante. Mas Longlegs: Vínculo Mortal não vai por esse caminho. O diretor Osgood Perkins se inspira bastante em O Silêncio dos Inocentes (1991), criando uma história surpreendente envolvendo ocultismo ao mesmo tempo que Lee Harker investiga os crimes e tenta descobrir quem é o assassino, tudo envolta de uma atmosfera tensa e imersiva apoiado pela excelente fotografia, que opta por tons mais frios e melancólicos para criar um clima sinistro e sem esperanças. E Perkins não tem medo de ousar ou exagerar, então espere por cenas gráficas, estranhas, perturbadoras, e comparando com seus outros trabalhos – A Enviada do Mal e A Bela Criatura, que está disponível na Netflix -, Longlegs é mais provocativo, tendo em vista que os filmes anteriores eram mais sugestivos.

A trama de Longlegs: Vínculo Mortal é envolvente e cheia de mistérios, e a forma como a investigação se desenvolve é aterrorizante, mas são as atuações de Maika Monroe e Nicolas Cage o grande trunfo do terror. Lee Harker usa a sua mediunidade nas investigações, que oferece um charme maior para o filme – que funciona perfeitamente com os temas sobrenaturais da história -, além de ser bastante introspectiva, e a atriz cria uma personagem intrigante e cheia de angústias. Já Nicolas Cage está assustador e inspirado no papel do assassino Longlegs, com seus trejeitos inquietantes, e o ruim é que ele aparece muito pouco, mas acaba se tornando uma presença marcante, e Alicia Witt também tem grande destaque na trama, interpretando a mãe de Lee Harker, toda misteriosa e enigmática.
O desfecho de Longlegs pode decepcionar um pouco, e apesar da reviravolta, não tem aquele impacto que o espectador estava esperando, mas ainda assim é assustador e marcante; é só não ir com muitas expectativa. Vínculo Mortal é um terror psicológico envolvente e que é a cara dos filmes investigativos dos anos 90, misturando uma trama que flerta com o sobrenatural – um ótimo acerto -, e com uma excelente fotografia que resulta em uma atmosfera sinistra e inquietante. Não é tudo isso que estão falando, mas não quer dizer que seja ruim, pelo contrário: é sim um dos melhores filmes de terror do ano.

LONGLEGS: VÍNCULO MORTAL
Ano: 2024
Direção: Osgood Perkins
Distribuidora: Diamond Films
Duração: 101 min
Elenco: Maika Monroe, Nicolas Cage
NOTA: 9,0
Disponível no (assinatura + aluguel)








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