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CRÍTICA | BRANCA DE NEVE

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • 20 de mar.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 28 de jul.


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Desde a retomada, dos "live-action" de desenhos da Disney, em 2010, com Alice No País das Maravilhas, o estúdio viu o tamanho do sucesso que tinha em mãos, e decidiu continuar as adaptações de seus grandes clássicos que encantaram gerações. Algumas tiveram grandes alterações, como a adaptação de A Bela Adormecida – Malévola, a partir da visão da rainha má interpretada por Angelina Jolie -, e a própria adaptação de Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, considerada uma “versão sombria” do clássico. Outros preferiram ser mais fiel ao original, como A Bela e a Fera, Cinderela, Aladdin, O Rei Leão.


Mas os tempos mudaram, e muitas situações e ideais das animações de antigamente acabaram ficando ultrapassadas, e tiveram que ser “reinventadas”. Em 2023, a adaptação de A Pequena Sereia seguiu por esse caminho, trocando a protagonista, Ariel, que era branca, por uma atriz negra (Halle Bailey), motivo que, sem nenhum sentido, acabou irritando os fãs do desenho. Agora, a Disney está tentando lidar com o “hate” em sua nova produção, o "live-action" de Branca de Neve e os Sete Anões, o primeiro longa-metragem de desenho do estúdio, estrelado por Rachel Zegler e Gal Gadot. A história é praticamente a mesma, mas com algumas diferenças na trama e em relação a alguns personagens. Com a chegada da Rainha Má (Gal Gadot), e o desaparecimento de seu pai, Branca de Neve (Rachel Zegler) vive reclusa no castelo até o dia que a rainha, por sentir inveja da beleza da jovem, manda um caçador matá-la na floresta. Assim como no desenho, o caçador decide libertar a princesa, que acaba encontrando sete anões que vive na floresta, junto com o plebeu rebelde Jonathan (Andrew Burnap) – que seria o príncipe encantado -. Mas a rainha má descobre que Branca de Neve está viva, e decide ir atrás dela.


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O "live-action" de Branca de Neve já vem sendo alvo de críticas muito antes do seu lançamento, e já era previsto que o filme se tornaria um fracasso de crítica e bilheteria. A nova versão da uma modernizada no desenho, e algumas mudanças não agradaram uma pequena parcela do público. Não vou estender muito aqui, mas as mudanças mais criticadas foi mais pela escolha da protagonista (por ter descendência latina), e pela decisão de criar os sete anões em CGI (e ainda os chamaram de “criaturas mágicas”), além de ter um toque mais feminista na sua história. Mas o problema mesmo de Branca de Neve vai além, e nem é sobre essas escolhas criativas. O diretor Mark Webb decidiu “atualizar a história para os dias atuais”, evidenciando o tom mais feminista: Branca de Neve não precisa do príncipe encantado para salvá-la, a princesa consegue enfrentar os perigos sozinha, resultando em um protagonismo maior. Além disso, o “príncipe encantado” não é príncipe, é um plebeu rebelde no estilo “Robin Hood”. Essas e outras mudanças menores são válidas e fazem todo o sentido, mas toda a essência dos desenhos e o seu legado acabaram ficando perdidos.


Mesmo com essas mudanças, e apesar dos altos e baixos em relação a história, todos os elementos clássicos do desenho estão lá: tem as canções clássicas, a transformação da rainha má na velha assustadora com a sua maçã envenenada, o beijo do “príncipe”, o espelho mágico, a floresta e os animais, os anões. O enredo é praticamente o mesmo, e a maioria das cenas clássicas estão lá, mas com algumas situações diferentes e novos personagens. Outro problema é em relação ao roteiro, que fica confuso ao manter os elementos tradicionais do desenho e em ser uma versão moderna com críticas sociais, perdendo um pouco da magia original do desenho. Acho que a produção poderia ter focado ou em fazer uma nova versão da Branca de Neve (assim como a adaptação Branca de Neve e o Caçador, com a ex-crepúsculo Kristen Stewart), ou manter todos os elementos e seguir o “tradicional” do desenho. Já a parte técnica é o ponto positivo da produção, tanto no visual dos cenários, os efeitos em CGI – apesar de alguns meio duvidosos -, e até alguns números musicais iguaizinhos aos do desenho, assim como as coreografias. Mas o ponto mais criticado de tudo é em relação aos sete anões, todos feitos em CGI. Envolto de polêmicas porque a produção não usou atores anões para interpretar os sete anões, os personagens ficaram com uma aparência estranha. Dunga é o único que se salva, principalmente pelo seu jeito doce e amoroso com Branca de Neve.


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Uma das várias polêmicas da nova versão de Branca de Neve foi pela escolha da atriz Rachel Zegler para interpretar princesa da Disney. Motivo? A personagem é “branca como a neve”, e a atriz é de descendência latina; a mesma situação que Hale Bailey passou em A Pequena Sereia. E apesar dessas polêmicas desnecessárias, Zegler está ótima no papel da Branca de Neve, conferindo um carisma incrível para a personagem, com os seus ideais mais feministas e com bastante simplicidade e encanto, a essência da personagem da Disney. A atriz também não decepciona nos números musicais, talento que já havia mostrado em sua atuação no musical “Amor, Sublime Amor”, de 2021. O impasse aqui é em relação a Gal Gadot e na sua interpretação da Rainha Má. Ela é uma ótima atriz, mas no filme ela perde um pouco o tom, não entrega nenhuma grande emoção na vilania de sua personagem, entregando uma atuação mais caricata, além de não ser tão ameaçadora quanto deveria ser. E apesar da sua versão idosa estar impecável, também faltou um tom mais ameaçador e assustador que o desenho tinha.


A intenção é boa, mas o "live-action" da Branca de Neve não empolgou. Faltou mais emoção, faltou um pouco mais da magia e do encanto dos desenhos da Disney, e a trama ficou estranha ao manter grande parte da história do desenho, e em ser uma versão mais atual do conto. A sequência final, que prometia um grandioso embate entre Branca de Neve e a Rainha Má – totalmente diferente do enigmático e icônico desfecho do desenho -, também decepciona, deixando um gostinho de que poderia ter mais. O "live-action" tem seus altos e baixos, mas também não é essa bomba toda que estão falando, e o “hate” em cima do filme é totalmente desnecessário. No final, o que realmente importa é a beleza interior, nossas atitudes e desejos de um mundo - ou reinado - mais justo para todos, e essa é a grande diferença em relação ao conto da Disney.




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BRANCA DE NEVE (SNOW WHITE)


Ano: 2025

Direção: Mark Webb

Distribuidora: Disney

Duração: 109 min

Elenco: Rachel Zegler, Gal Gadot, Andrew Burnap



NOTA: 5,0


Disponível no

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