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CRÍTICA | A MULHER NO JARDIM

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura


Nos créditos finais de A Mulher No Jardim aparece uma mensagem dizendo que “se você tem depressão ou pensa em se matar, saiba que você não está sozinho, peça ajuda”. E esse é o mote principal do novo filme de Jaume Coullet-Serra, um suspense/terror psicológico que aborda temas como depressão, luto, e sentimento de culpa. Então, se você procura um terror mais direto, simples, e com sustos fáceis, “The Woman In The Yard” não é esse tipo de filme – pelo menos não até a metade -. Na trama, Ramona (Danielle Deadwyler) vive em uma casa afastada no campo com seus dois filhos, Annie (Estella Kahiha) e Taylor (Peyton Jackson), e está de luto pela morte do seu marido em um acidente de carro. Um dia, uma misteriosa mulher vestida de preto aparece na frente da sua casa, deixando-os em alerta sem saber as reais intenções dessa pessoa.


A ideia de uma presença misteriosa parada em frente a sua casa, é um tanto inusitada e assustadora, ainda mais por não saber o que ele quer e o porquê está ali, mas o roteiro de A Mulher no Jardim acaba se perdendo em clichês básicos do gênero e escolhas narrativas ruins. A primeira parte, com o desenvolvimento dos personagens e a aparição da misteriosa mulher, é envolvente e você fica curioso sobre as suas motivações e o que ela pretende fazer. Jaume Coullet-Serra consegue criar momentos tensos mesmo com essa parte da história se passando durante o dia – só pelo fato de ter uma pessoa assustadora parada na frente da sua casa já é intrigante -, onde essa “visita” vai chegando cada vez mais perto da casa. Nesse meio tempo, vamos descobrindo mais sobre o trauma que envolve a família, e a complicada relação de Ramona com seus filhos durante o luto, muitos através de flashbacks; e aí já tem indícios que tem algo a mais na história.



Mas A Mulher no Jardim começa a desandar um pouco quando chega o momento em que a tal mulher de preto entra dentro da casa da família. A tensão e o mistério que toda a primeira parte criou dá lugar para situações clichês de filmes do gênero, alguns sustos inclusive, e ainda o roteiro começa a criar algo mais complexo, envolvendo até “realidades alternativas”, o que não deixa de ser interessante, mas acaba confundindo muito o espectador. Tem alguns momentos tensos quando ela começa a persegui-los dentro da casa, e também tem um jogo de sombras bem interessante que lembra Nosferatu, crianbdo sequências que impressionam pelo visual. Um ponto positivo é o drama dos personagens, que são bem construídos pelo roteiro. Danielle Deadwyler está ótima no papel de Ramona, demonstrando perfeitamente os sinais de luto e depressão, onde o espectador consegue sentir toda a sua dor, e a sua interação com os atores mirins Estella e Peyton – ótimos em cena também – é incrível. Destaque também para a atriz, artista, e coreografa nigeriana-americana Okwui Okpokwasili, que interpreta a assustadora mulher de preto.


O final de A Mulher No Jardim é um pouco complexo e fica em aberto para interpretações, se tornando um final ambíguo que pode ser por superação dos traumas ou até realidades alternativas – há indícios durante o filme –, e o roteiro fica confuso ao misturar drama, terror, e assuntos envolvendo saúde mental, com algo mais “fantástico”. No fim, o filme de Jaume Coullet-Serra acaba sendo mais um drama psicológico com toques sobrenaturais do que um filme de terror em si, com bons momentos de suspense e tensão, sequências visuais assustadoras, mas que erra a dose ao tentar ser algo mais cult e diferente das outras produções do gênero. A ideia é interessante, mas não foi muito bem desenvolvida e o resultado final abaixo do esperado. Mas ainda vale a sessão.





A MULHER NO JARDIM


Ano: 2025

Direção: Jaume Coullet-Serra

Distribuidora: Universal Pictures

Duração: 86 min

Elenco: Danielle Deadwyler, Estella Kahiha, Peyton Jackson, e Okwui Okpokwasili.



NOTA: 7,0




















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