CRÍTICA | QUARTETO FANTÁSTICO: PRIMEIROS PASSOS
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 25 de jul.
- 4 min de leitura

A Marvel sempre entregou ótimas produções dos seus heróis, com histórias de origens, continuações, o universo compartilhado, e até as famosas “reuniões” dos heróis nos Vingadores. Mas é um fato que a última fase do estúdio decaiu bastante, com produções que não caíram no gosto do público e dos fãs. Capitão América: Admirável Mundo Novo e Thunderbolts* finalizaram a complicada Fase 5 do MCU – Capitão América dividiu bastante o público e crítica, e Thunderbolts* conseguiu seu prestígio -, dando espaço para a promissora Fase 6, que se inicia com “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”.
De todos os heróis da Marvel, os integrantes do Quarteto Fantástico foram um dos únicos que ainda não tiveram uma adaptação digna para os cinemas – foram três tentativas, em 2005, 2007, e o desastroso filme de 2015, todos fora do MCU -, mas parece que o jogo virou para eles. Assim como o novo Superman da DC, “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” tem a difícil missão de dar início a uma nova etapa do Universo Cinematográfico da Marvel, mas o diretor Matt Shakman (de WandaVision) conseguiu “fazer o impossível”, entregando um filme simples, leve, e divertido, bem diferente das produções megalomaníacas do estúdio, além de ter a alma das HQ’s. Na trama, o Sr. Fantástico (Pedro Pascal), a Mulher Invisível (Vanessa Kirby), o Tocha Humana (Joseph Quinn) e o Coisa (Ebon Moss-Bachrach), já se consolidaram como os heróis da “Terra – 828”, uma versão alternativa da Terra apresentada no MCU -. Sue Storm e Reed Richards estão esperando o seu primeiro filho, e tudo estava tranquilo até Galactus (Ralph Ineson) e a Surfista Prateada (Julia Garner) surgirem para ameaçar destruir a Terra.

"Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" é um dos filmes mais diferentes do MCU, sem muito exageros e com um cuidado maior no desenvolvimento da trama, resultando em um início bastante promissor para a nova fase do estúdio. Diferente de como aconteceu com o filme de 2015, a trama não foca em mostrar a origem do grupo de heróis, mostrando apenas alguns flashbacks que não duram nem três minutos: o Sr. Fantástico, a Mulher Invisível, o Tocha Humana, e o Coisa, são os heróis definitivos dessa Terra alternativa, além de serem “celebridades” no mundo deles. O novo filme tem uma história mais humana e focada na família que o quarteto fantástico forma, além de serem mais vulneráveis e pensarem neles em primeiro lugar, ainda mais com um bebê chegando. Tudo é mais simples e leve, e isso é o grande – e acertado – diferencial dos outros filmes do estúdio; as vezes, o filme parece ficar na “zona de conforto”, mas isso acaba sendo um grande acerto. “Primeiros Passos” não tem muitas sequências de ação, mas as poucas tem a sua grandiosidade e são empolgantes (destaque para uma que acontece no espaço em um buraco de minhoca), e junto com os cenários de uma Nova York “retrofuturista” (a trama se passa nos anos 60, mas com tecnologias de um mundo futurista), criam um visual fantástico e diferenciado.
Todos os personagens são bem desenvolvidos na trama, tem seus momentos de brilho, são carismáticos, tem uma ótima conexão, entregando bons momentos juntos - principalmente nos mais emocionais -, e nas batalhas quando precisam se unir para enfrentar os inimigos. Vanessa Kirby está impecável como Sue Storm/Mulher Invisível, que fica dividida entre proteger sua família – e seu filho Franklin – ou salvar os habitantes da Terra-828, carregando toda a responsabilidade como líder, e Pedro Pascal é o Senhor Fantástico/Reed Storm, o que menos se destaca no filme, mas confere um grande carisma no personagem, e que também é totalmente o oposto de sua namorada, Sue. Ebon Moss-Bachrach é o Coisa/Ben Grimm, o herói que mais tem seu drama explorado no roteiro, principalmente por questão da sua aparência, criando um personagem mais reservado, sensível, e que demonstra mais facilmente as suas emoções. E do time dos heróis ainda tem o Tocha Humana/Johnny Storm (Joseph Quinn), com seu humor leve e jeito adolescente, sempre em busca de um amor verdadeiro, mas também sempre ao lado de sua família, cativando o público com sua personalidade contagiante.

Já os vilões, Galactus (Ralph Ineson) e a Surfista Prateada (Julia Garner), também não decepcionam, e mesmo aparecendo pouco tempo em tela, rendem os melhores momentos de ação, principalmente na sequência final. Em "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos", Galactus surge como um vilão realmente ameaçador, principalmente pelo seu tamanho – diferente da “versão nuvem cósmica” tão criticada do filme de 2007 -, e a Surfista Prateada ainda demonstra algumas boas intenções, tem sua origem mais desenvolvida que Galactus, e se destaca bastante nas cenas de ação.
"Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" aposta em uma trama mais simples, leve, divertida, um gostoso filme de ação e aventura para assistir, sem aqueles exageros das outras produções da Marvel, que impressionam pela ação e efeitos especiais grandiosos, tramas complexas, e sem participações especiais. É um filme que conquista pela sua simplicidade, pelo carisma do Sr. Fantástico, da Mulher Invisível, do Tocha Humana, e do Coisa, apostando na relação familiar divertida entre eles. O estilo retrofuturista e a fantástica direção de arte são um plus para a produção, e um dos maiores diferenciais desse novo filme, ganhando mais destaque na sequência final. "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" não é um filme grandioso e repleto megalomaníacas cenas de ação, mas é tão divertido e empolgante quanto os outros filmes do MCU, e esse é maior charme da produção de Matt Shakman. Finalmente um filme digno para a primeira família da Marvel. Fique atento para duas cenas pós-créditos, sendo a primeira a mais importante – principalmente para o futuro do MCU e se preparando para Doomsday -, e uma bela homenagem na segunda cena.

QUARTETO FANTÁSTICO: PRIMEIROS PASSOS
Ano: 2025
Direção: Matt Shakman
Distribuidora: Marvel Studios
Duração: 115 min
Elenco: Pedro Pascal, Vanessa Kirby), Joseph Quinn, Ebon Moss-Bachrach, Ralph Ineson) e Julia Garner.
NOTA: 9,5







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