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ESPECIAL | O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • 17 de jun.
  • 10 min de leitura

Atualizado: 5 de jul.

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O primeiro Jurassic Park foi um enorme sucesso de público, de bilheteria, e venceu vários prêmios – incluindo o Oscar -, além de ter revolucionado os efeitos visuais na época do lançamento, em 1993. Pela primeira vez na história do cinema, o público via dinossauros vivos assustadoramente reais perseguindo seres humanos em um parque temático. Além de Jurassic Park, Steven Spielberg também tinha dirigido A Lista de Schindler, e após o lançamento desses filmes, o diretor decidiu “tirar umas férias”, que não durou muito tempo. Dois anos depois, ele foi pressionado pelo estúdio para fazer um outro filme com dinossauros antes que outro estúdio também fizesse um filme com dinossauros. O problema era que Spielberg nunca gostou de produzir continuações de seus filmes – a franquia Indiana Jones era um caso à parte -, recusando inclusive dirigir uma continuação do filme que o levou ao estrelato, Tubarão, de 1975. Nesse meio tempo, Michael Crichton, que escreveu o livro no qual o primeiro filme se inspirou, estava trabalhando em uma continuação, explicou a nova história, e Spielberg acabou se interessando na hora. E foi assim que surgiu a obra O Mundo Perdido que, posteriormente, seria adaptado em O Mundo Perdido: Jurassic Park, lançado em 1997.


O mundo tinha ficado fascinado ao ver dinossauros tão reais em uma tela de cinema, e a continuação estava sendo aguardada ansiosamente por todo mundo, principalmente pelos fãs. Quatro anos depois, O Mundo perdido: Jurassic Park fazia sua estreia nos cinemas, dividindo a crítica especializada, mas se tornou um enorme sucesso de bilheteria – não tanto quanto o original -: a produção arrecadou US$ 73 milhões de dólares no final de semana de estreia (superando a abertura do primeiro filme), se tornando a maior abertura da história até ser superado por Harry Potter e a Pedra Filosofal, em 2001. Porém, a arrecadação total foi menor, finalizando com US$ 618 milhões de dólares mundialmente. Com mais dinossauros, mais efeitos especiais, mais ação, e sem cercas elétricas dessa vez, O Mundo Perdido: Jurassic Park é inferior ao primeiro filme, mas ainda é uma divertida e assustadora aventura, e é bem melhor do que a nova trilogia do Jurassic World. Jeff Goldblum retorna como o dr. Ian Malcolm, e Richard Attenborough também retorna no papel do bilionário John Hammond. Julianne Moore, Vince Vaughn, Richard Chiff, Pete Postlethwaite, e Vanessa Lee Chester são as novas adições no elenco. Ariana Richards (Lex) e Joseph Mazzello (Tim) fazem uma pequena participação especial.


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Na trama, uma família britânica encontra uma ilha misteriosa, e sua filha mais nova é atacada por pequenos dinossauros. Após o acidente no parque, John Hammond (Richard Attenborough) havia perdido o controle do parque para a InGen, e para o seu sobrinho, Peter Ludlow (Arliss Howard). Para controlar a situação envolvendo a família, Hammond monta uma equipe – a paleontóloga Sarah Harding (Julianne Moore), o engenheiro Eddie Carr (Richard Schiff) e o documentarista Nick Van Owen (Vince Vaughn), para fazer um levantamento sobre os dinossauros desse novo “mundo perdido”. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) seria o quarto membro da equipe, que não queria ir, mas acabou sendo convencido após descobrir que Hammond tinha enviado a sua namorada, Sarah, para a ilha. Grande parte dos dinossauros foram criados nessa ilha, a Sorna – ou “sítio B” -, e depois de um tempo iam para o parque na ilha Nublar, do primeiro filme. Lá, eles encontram uma outra equipe enviada pela InGen, sob o comando do sobrinho de Hammond, que tem planos de tirar alguns dinossauros da ilha e abrir um parque em San Diego.


O Mundo Perdido: Jurassic Park dividiu a opinião da crítica, tanto pela sua história confusa quanto os personagens chatos e pouco carismáticos - claro, um bando de mercenários chatos e inexpressivos não seria nada carismático mesmo -, mas a sequência acerta nas cenas de ação, nos efeitos especiais, e no tom de aventura mais sombrio. De um parque temático para uma ilha selvagem sem cercas, sem segurança, e com dinossauros a solta, como diz Ian Malcolm, não tem mais “ah”, “oh”, agora é correr e gritar. Mais cenas de ação com dinossauros, mais efeitos especiais, O Mundo Perdido não consegue superar o original, mas tem cenas e situações incríveis repletas de suspense que seguem mais para o lado do terror, e as sequências de ação são mais empolgantes e bem-produzidas do que o primeiro. A perseguição dos carros com os dinossauros no vale, a sequência onde os dois T-Rex atacam o trailer da equipe de Ian Malcolm e empurram para o penhasco, a sequência dos Velociraptores, e claro, o final do Tiranossauro Rex tocando o terror na cidade de San Diego – a maior e mais divertida surpresa do filme -. E se em Tubarão Spielberg fez algumas referencias ao clássico Moby Dick, aqui ele traz influências do clássico King Kong dos anos 30: a ilha Sorna, mais selvagem, remete a de onde Kong mora, e o T-Rex claramente é o “dono da ilha", igual o gorila gigante que é dono da ilha dele. Inclusive a equipe captura o dinossauro e leva para a cidade com o intuito de explorá-lo comercialmente, exatamente como no filme de 1933. Já na sequência final em San Diego, o navio que vem trazendo o T-Rex adormecido se chama “S.S. Venture 5888”, o mesmo nome do navio que estava levando o Kong.


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Mas nem tudo ficou perfeito em O Mundo Perdido: Jurassic Park. A trama é um pouco confusa no início, além de ter uma mudança no seu argumento em relação ao primeiro. Antes, o capitalismo era o plano de fundo, com a ideia de John Hammond em abrir o parque, gastos exuberantes – ele não poupou despesas -, vendas de produtos. Agora, a continuação aposta em uma trama mais ambientalista, de ativismo, de proteger os animais da ilha e deixá-los quietos em seu habitat natural – o que não está errado e todos agradecem, principalmente os moradores de San Diego -. Outra questão que foi muito criticada é por seguir a mesma dinâmica primeiro Jurassic Park, a história do “vamos copiar as ideias do primeiro filme porque funcionou”: o ataque inicial, a primeira vez que eles vem um dinossauro (antes um Braquiossauro, agora um Estegossauro), o ataque dos T-Rex ao trailer, o final com os velociraptores, enfim. Particularmente, não vejo nenhum problema nisso, até porque, essa dinâmica é divertida e as situações ficaram diferentes, e o filme segue por caminhos distintos.


O problema maior são os personagens mal desenvolvidos e sem carisma. A dinâmica do “casal e as crianças” se repete aqui, mas com um laço familiar maior do que o primeiro filme. Jeff Goldblum retorna ao papel de Ian Malcolm, mais preocupado do que antes – claro, ele sabe tudo o que passou na outra ilha -, e agora com a sua filha, Kelly (Vanessa Lee Chester), e a namorada Sarah (Julianne Morre). O roteirista David Koepp tenta colocar um drama familiar sobre um pai ausente e a namorada que dá espaço e liberdade na relação, tem até uma discussão chatíssima entre o casal. Malcolm continua com o mesmo humor sarcástico, e agora ganha o protagonismo do filme, e sua filha Kelly é chata, irritante, e poderia facilmente ser descartada da trama, mas tem bastante habilidade em ginástica, e isso acaba sendo importante para o filme – assim como Lex tinha habilidades em sistemas de computador no primeiro Jurassic Park -. Sarah é a melhor desse núcleo, se mostra apaixonada pelo que faz, realmente queria estar na ilha com os dinossauros (não sei se é bom ou ruim), e a atriz consegue dar um carisma maior para a personagem (ela é a única que o público vai gostar mais). Ainda da equipe enviada por Hammond, tem Eddie Carr (Richard Schiff), com sua gaiola no refúgio alto, que realmente está no lugar errado – mas não na hora errada -, e que ainda consegue ter um certo carisma, e o ativista Nick Van Owen (Vince Vaughn), chato também, caricato, e que tem uma “missão secreta” junto com Hammond, mas que logo é descartada do roteiro. Da equipe dos mercenários enviados pela InGen nem vale mencionar porque muito, já que a maioria está lá apenas para serem mortos pelos dinossauros. Mas vale destacar o personagem de Pete Postlethwaite, Roland, um caçador com um ego enorme e extremamente antipático que quer capturar um Tiranossauro Rex macho, não fêmea, como e porque, “é problema dele”, e o sobrinho do John Hammond, Peter Ludlow (Arliss Howard), que cumpre o papel de ser um canalha, burro, mimado, e que está repetindo os mesmos erros do seu tio. “Tirar os dinossauros da ilha, é a pior ideia de uma longa lista de piores ideias.”


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Embora não tenha mesmo impacto do ataque aos carros de Jurassic Park, a sequência do ataque ao trailer é bem interessante, principalmente por causa dos reais protagonistas de O Mundo Perdido: os dois T-Rex e sua cria. Desde a cena do trailer, até a perseguição do Rex – uma versão alternativa e parecida da perseguição do carro no primeiro filme -, e a chegada de um dos dinossauros na cidade de San Diego. Aliás, a sequência final do Tiranossauro na cidade é muito divertida, as pessoas gritando desesperadas na rua – “como vamos encontrá-lo?” “Basta seguir os gritos” -, e a clássica cena do garotinho acordando seus pais para mostrar o Tiranossauro na janela comendo o cachorro deles. Sensacional. Os efeitos em CGI estão melhores e em maior quantidade do que no primeiro filme, mas os animatrônicos ainda estão presentes, mais modernos, e alguns foram aprimorados e reutilizados.


O Mundo Perdido: Jurassic Park não é perfeito, tem seus problemas no roteiro pouco convincente, os diversos furos – Malcolm simplesmente largou sua filha sem colocar em um táxi para ir embora, e depois fica surpreso por ela ter ido junto para a ilha, ou como as pessoas do barco morreram no final do filme -, e a sequência também não fica no mesmo nível que o primeiro filme (acho que pode ser mais pela expectativa que todos criaram). Mas é um filme bem-produzido, divertido, envolvente, com cenas de ação ainda melhores do que o original – mas sem o mesmo impacto -, mais cenas com os dinossauros, efeitos especiais de primeira linha para a época, e ainda manteve os animatrônicos. Mesmo com seus erros, O Mundo Perdido tem seus méritos, e ainda é melhor do que os outros filmes, o Jurassic Park 3, e a trilogia Jurassic World. Continuo afirmando que o grande diferencial da sequência é a cena do Tiranossauro Rex tocando o terror em San Diego, criando situações memoráveis e que poderiam ter virado memes se o filme fosse lançado nos dias de hoje. Simplesmente demais!



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O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK


Ano: 1997

Direção: Steven Spielberg

Distribuidora: Universal Pictures

Duração: 127 min

Elenco: Jeff Goldblum, Richard Attenborough, Julianne Moore,

Vince Vaughn, Richard Chiff, Pete Postlethwaite.



NOTA: 9,0


Disponível nos streamings





TRAILER







Abaixo, veja um vídeo com os erros de O Mundo Perdido: Jurassic Park que provavelmente você não tinha percebido.






CENAS DELETADAS


Algumas cenas foram filmadas, mas excluídas no corte final, porém, outras possivelmente foram deletadas, ficando somente algumas imagens dos bastidores. Lembrando que algumas dessas cenas apareceram no trailer oficial do filme.


 


CENA DELETADA 1 - VÍDEO


Na primeira cena deletada, a reunião de Peter Ludlow com os investidores da InGen, Ludlow comenta sobre o incidente da família britânica e do ataque dos dinossauros na garotinha, sobre os gastos de John Hammond em montar o parque do primeiro filme, e o preço alto que ele pagou para alguns funcionários manterem em segredo o que estavam fazendo na ilha do primeiro filme. No final, Ludlow diz que John Hammond não pode mais ser ter o controle da InGen e que ele mesmo deveria assumir, fazendo uma votação. Todos da mesa concordaram.


A cena seguinte mostra Roland e Ajay conversando em um bar na Costa Rica, e daria mais profundidade para a construção dos personagens. Os dois já se conhecem a anos e já trabalharam juntos como caçadores, mas ambos se aposentaram. Durante a conversa, Ajay diz que recebeu uma proposta para ir a ilha Sorna em uma expedição, e convida Roland para ir junto com ele, que recusa o convite. Porém, após ele brigar no bar por estar entediado com a vida, Ajay o convence a ir para a ilha.





CENA DELETADA 2 - VÍDEO


A outra cena deletada, na verdade, é uma cena estendida da conversa entre Ian e John, no início do filme. John comenta sobre ter montado uma equipe com quatro pessoas para fazer um levantamento sobre os dinossauros na ilha Sorna, além de mostrar um mapa da ilha em um computador.


Essa cena estendida justifica um erro de sequência do filme: na versão do cinema, Malcolm já sabia que Hammond tinha enviado uma equipe para a ilha, mas em nenhum momento ele havia dito isso para ele. Então, como ele sabia?


Créditos a Joy Arnold, dono do canal, pelo vídeo (Credit do Joy Arnold, owner of the channel, for the video)



CENA DO ESTEGOSSAURO EXTENDIDA


  • A sequência em questão é quando Sarah vai até os dinossauros para fotografar, logo depois que Ian a encontra. Após o ataque, eles saem correndo e em uma cena deletada, mostra Ian, Sarah, Eddie e Nick correndo de um outro ângulo. Nessa parte, Sarah diz: “Não é incrível”?”. A sequência aparece no trailer oficial do filme, aos 42

    segundos.


  • Depois, quando eles estão voltando para o acampamento, a conversa entre Ian e Sarah é mais longa, falando sobre como se conheceram.





PETER LUDLOW E O BEBÊ TIRANOSSAURO REX


  • Roland e Ludlow estão conversando sobre suas experiências de vida, e até conversam sobre levar os dinossauros para o continente, quando Ludlow – que estava bêbado -, se assusta com um barulho na floresta e cai por cima do bebê T-Rex, machucando a perna da cria.


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SEQUÊNCIA EXTENDIDA DO ACAMPAMENTO


  • A cena em que Ian, Sarah, Eddie, Nick e Kelly estão escondidos observando o acampamento da outra equipe, Nick diz que Hammond tinha “mandado” um plano B – ele no caso é o plano B -. Nessa parte, há uma cena deletada onde Nick e Sarah sabotam os veículos da outra equipe. O filme mostra somente eles libertando os dinossauros das jaulas.

 




CENA DO QUARTO DA CRIANÇA EM SAN DIEGO


  • No rascunho do roteiro, na cena em que o Tiranossauro Rex já está em San Diego, e o dinossauro entra no pátio da casa do garotinho e dos seus pais, o T-Rex tentaria invadir o quarto dele, batendo a cabeça na janela. Essa cena nunca chegou a ser filmada, mas uma imagem dos bastidores surgiu em 2014, indicando que a produção havia planejado fazer essa sequência.


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CENA ESTENDIDA NA GRAMA ALTA E O PTERANODONTE


  • Na cena da grama alta, onde os Velociraptors estão, há uma cena estendida onde alguns personagens da equipe da InGen pulam de um penhasco com asa-delta e são atacados pelos Pteranodontes, o dinossauros voadores. Outra cena mostraria esses dinossauros atacando um helicóptero. Essas cenas nunca foram filmadas, apenas apareceram em “storyboards” do filme.  

 

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FINAIS ALTERNATIVOS


  • No rascunho do roteiro, havia alguns finais alternativos. Entre eles, uma cena mostraria Ian Malcolm e Sarah supervisionando a volta do Tiranossauro Rex – e sua cria – para a ilha Sorna no barco S.S. Venture 5888.


  • Outro final mostrava o funeral de John Hammond e um belo discurso de Ian Malcolm para ele, ao invés da notícia mostrando o navio voltando para a ilha Sorna, como aparece no final do filme.


  • Haveria também uma batalha entre os Velociraptores e os Pteranodontes.




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