CRÍTICA | ROGAI POR NÓS

Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
21 de mai. de 2021
3 min de leitura

Atualizado: 18 de dez. de 2024

A produtora do diretor Sam Raimi, Ghost House, é a responsável por trazer vários filmes de terror que ganharam destaques no cinema, além de que, ter o nome de Raimi na produção, já tem um grande peso. Eis então que temos esse Rogai Por Nós, dirigido pelo estreante Evan Spiliotopoulos, e baseado no livro de James Herbert, que tinha prometido ser um dos filmes mais assustadores do ano, mas no fim, se tornou uma produção capenga e não muito bem executada. No elenco estão Jeffrey Dean Morgan, Cricket Brown, Katie Aselton, Diego Morgado, Cary Elwes, William Sadler e Jordana Brewster.

Alice (Cricket Brown) é uma garota que mora no interior de Massassuchets, com seu tio, o padre Hagan (William Sadler). Milagrosamente, ela consegue curar pessoas doentes, e diz que foi abençoada pela virgem Maria, e um jornalista, Gerry (Jeffrey Dean Morgan), vai até o lugar para documentar o que aconteceu. Mas eles percebem que essa tal “Maria” pode não ser a boa, já que coisas estranhas começam a acontecer na cidade.

Rogai Por Nós tem uma premissa muito boa, e a ideia de ser um filme religioso e que mistura elementos de terror torna tudo ainda mais interessante, mas seu desenvolvimento, e alguns detalhes na parte técnica, colocam muito a perder. A produção tem um ótimo suspense que vai crescendo aos poucos, falando sobre fé, ceticismo, e até bruxarias, com bastante detalhes e informações que ajudam a envolver o espectador na trama. O problema é que o mistério é muito óbvio, tem vários clichês e soluções fáceis de se resolver, além do excesso de sustos, onde muitos são desnecessários; alguns até funcionam.

O que mais chama a atenção, para o lado negativo, é a parte técnica: os efeitos em CGI da tal criatura são muito ruins, parecem ser muito falsos, sem qualidade, como aquelas produções trash que você mais ri do que se impressiona. A entidade tem uma aparência bem horripilante, mas não assusta nada, parecendo, como muito estão falando, um dementador dos filmes do bruxinho Harry Potter. Porém, nem tudo está perdido, e a ótima fotografia, com cores mais escuras, cenários no campo, e pelo fato da história se passar no interior, ajuda no clima de suspense, além de deixar a produção mais estilosa.

Outro problema está no seu elenco, poucos desenvolvidos, onde muitos estão no “modo automático”, sem muita emoção em interpretar seus personagens. Jeffrey Dean Morgan, o Negam de The Walking Dead, interpreta o cético Gerry, o personagem mais interessante da produção, e o que mais tem sua história explicada, e sua sintonia com Cricket Brown, que interpreta a jovem Alice, é muito boa, apesar de ser um pouco clichê, já que o diretor usa aquela fórmula de que “uma precisa do outro” para se ajudar. Cary Elwes é o padre que aparenta guardar um segredo, junto com o seu assessor, encarregado de descobrir se algum milagre é fake, interpretado pelo ator português Diogo Morgado, que são eficientes em criar uma antipatia com o público. Ainda, podemos destacar o veterano William Sadler, que interpreta o padre Hagan, e a doutora Natalie (Katie Aselton), onde o roteiro meio que força um relacionamento amoroso com Gerry.

The Unholy, no original, tinha tudo para se tornar um grande destaque do terror desse ano, com uma ótima história em mãos, mas que acaba, com o perdão do trocadilho, pecando em não aproveitar melhor as ideias que tinha, criando uma trama básica, sem muito aprofundamento, repleta de clichês e efeitos especiais que chegam a ser ridículos, o que mais estraga a produção. Não vá com tanta empolgação ao em assistir esse Rogai Por Nós, porque suas expectativas podem decepciona-lo. É apenas mais uma produção genérica.