CRÍTICA | INVASÃO A LONDRES

Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
8 de abr. de 2016
3 min de leitura

Atualizado: 16 de mai.

Não é de hoje que os americanos adoram filmes de ação, com todo o patriotismo de que eles são os herói, e quando os filmes envolvem política, o patriotismo americano fica maior ainda. Em 2013, Invasão a Casa Branca estreou nos cinemas com o atrativo de terroristas atacarem a Casa Branca e colocar o presidente dos EUA em perigo. E para salvá-lo, coube ao ex-agente - e amigo do presidente - Mike Banning (Gerard Buttler). Agora, temos uma continuação intitulada Invasão a Londres, que leva toda a ação e destruição para as ruas da maravilhosa Londres. Na trama, o primeiro ministro britânico é encontrado morto em sua residência, e seu funeral foi programado para ser feito no Palácio St, James, em Londres, com a presença de vários líderes mundiais. O presidente dos EUA, Benjamin Asher (Aaron Eckhart) é convocado para comparecer ao funeral, deixando o seu responsável pela segurança, Mike Banning (Gerard Butler) preocupado com a situação. O que era para ser o evento mais seguro do mundo, se torna um enorme ataque terrorista em Londres, na qual, os terroristas querem matar o presidente americano ao vivo para o mundo todo assistir. Morgan Freeman, Melissa Leo, Radha Mitchel e Angela Basset retornam para a sequência.

Invasão a Casa Branca teve a ótima ideia de destruir a casa mais famosa dos EUA, e chamou muito a atenção nas suas destruições e cenas de ação, além do aumento contínuo da tensão, no melhor estilo Duro de Matar, e o resultado foi bem favorável. Se no primeiro filme, os terroristas eram norte coreanos, os de Invasão a Londres são muçulmanos. Como tem acontecido muito ultimamente, e o reflexo disso são as bilheterias, essa continuação é bem inferior ao primeiro, ou seja: gostou de Invasão à Casa Branca? Provavelmente não irá gostar de Invasão à Londres. Não que o filme seja ruim, longe disso, mas a sequência perdeu todo o charme que o original tinha. Toda a primeira parte do filme é repleta de tensão, com ótimas cenas de destruição na cidade, e todo o suspense que antecede o ataque é interessante e prende a nossa atenção, além de mostrar como a segurança de um país pode ser extremamente fraca. Mas quando a ação acontece nas ruas de Londres, tudo se desanda, e o filme nos entrega fracas cenas de ação e repletas de clichês, com Banning matando todo mundo e conseguindo se safar de tudo, se tornando apenas ação gratuita; pelo menos, Gerard Butler se sai muito bem. Nem a situação política salva muito a produção, que tem uma ótima e muito interessante ideia, porém, é mal executada e sem muito aprofundamento, mostrando mais uma vez que os americanos são o centro das atenções, mesmo numa situação em escala mundial.

Morgan Freeman repete seu papel do primeiro filme, mas com um novo cargo agora; Radha Mitchel está apenas como mera coadjuvante, e Angela Bassett foi injustiçada por causa do rumo de sua personagem. E os vilões da vez são os muçulmanos Sultan Mossour, interpretado pelo ator belga Mehdi Dehbi e Kamran Barkawi (Waleed Zuaiter), que tiveram suas vidas destruídas por um ataque de drone dos EUA, e são liderados pelo terrorista Aamir Barkawi (o israelita Alon Aboutboul), onde nenhum deles são tão amedrontadores como o coreano do primeiro filme. Aliás, esse ataque com drones que o exército americano faz serve como uma crítica ao seu uso, muito interessante por sinal, mas que é anulada quando toma outros rumos durante a trama.

Ao fim da sessão, percebe-se claramente que os produtores foram desleixados ao criarem um roteiro previsível e cenas de ação fracas e repetitivas, mesmo com uma história e situação política tão boa quanto a de Invasão a Casa Branca, chegando à conclusão que Invasão a Londres foi produzido apenas para arrecadar dinheiro. E se não estou enganado, a cena final remete para um terceiro filme. No fim, não espere uma continuação à altura do primeiro filme, mas é um divertimento garantido para quem gosta de cenas de ação e muita destruição, com um personagem que serve como um exército inteiro, saindo de situações absurdas sem muitos danos corporais, além de ter ótimas cenas de destruição na sempre maravilhosa e charmosa Londres.