ESPECIAL | PREMONIÇÃO 5
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 12 de abr.
- 8 min de leitura
Atualizado: há 3 dias

Era setembro de 2011 quando o último filme da franquia Premonição estreou nos cinemas. Foram onze anos e cinco filmes ao total onde o protagonista sempre tinha uma premonição de um acidente, e alguns conseguiam escapar. O problema era que eles deveriam ter morrido no acidente, e então a morte sempre voltava para terminar o seu plano de vez, e os sobreviventes começaram a morrer um a um. O primeiro Premonição deu uma repaginada no gênero, trazendo uma trama original onde a própria morte era a responsável pelas mortes (uma entidade sobrenatural), e não um “serial killer” de verdade. O primeiro e o segundo filme da franquia estavam conectados – de alguma forma, os personagens de Premonição 2 deveriam ter morrido em outros acidentes, mas isso não aconteceu porque os sobreviventes do voo 180 de Premonição 1 acabaram morrendo depois -. Já Premonição 3 tinha uma história original, sem nenhuma conexão com outros filmes, mas manteve o espírito mais mórbido e sombrio da franquia. Depois teve Premonição 4, o pior da franquia, sem o clima sombrio e com um roteiro fraco e personagens terríveis e esquecíveis; e ainda foi lançado em 3D por causa do “boom” do formato, que estava em alta na época.
Depois do acidente de avião do voo 180, do engavetamento na rodovia, depois da queda da montanha russa, e do acidente no autódromo, agora, a premonição acontece em uma ponte que está sendo reformada. A trama e os acontecimentos são iguais aos filmes anteriores: o protagonista da vez é Sam (Nicholas D’Agosto), que está em uma viagem a trabalho com seus amigos/colegas em um ônibus, quando ele tem a premonição do acidente da ponte. Sam, junto com seus amigos, Molly (Emma Bell), Peter (Miles Fisher), Olivia (Jacqueline Wood), Candice (Elle Wroe), Nathan (Arlen Escarpeta), Dennis (David Koechner), e Isaac (P. J. Byrne), conseguem sobreviver ao acidente, mas logo depois todos vão morrendo “misteriosamente” um a um.

O quarto filme da franquia Premonição é considerado pior de todos, e seria o último a ser lançado – o título em inglês é “The Final Destination”, que seria O Destino Final, não somente “destino final”, na tradução literal -. Mas Premonição 4 acabou se tornando o filme de maior bilheteria da franquia, e a Playarte decidiu fazer mais uma tentativa com Premonição 5. O problema é que os filmes já estavam mostrando sinais de cansaço – a dinâmica era sempre a mesma, não tinha nada de novo a não ser alguns detalhes em relação as mortes -, e assistir tudo igual pela quinta vez, poderia se tornar chato. No fim, "Final Destination 5" se tornou uma grande surpresa, ainda que o roteiro seja batido e os problemas com os personagens sejam os mesmos, mas pelo menos trouxe o espírito sombrio característico da franquia. As sequências de mortes são bem melhores que as do filme anterior, com destaque para a cena da ginástica e a cirurgia a laser no olho (para mim a mais angustiante desse quinto capítulo), e todo aquele suspense que antecede as mortes está de volta. O uso do 3D potencializa ainda mais a diversão, não só se limitando a objetos perfurando as pessoas, mas também na profundidade de alguns cenários, como o acidente da ponte, e em algumas mortes.
Os personagens sempre foram um problema para a franquia – com exceção do primeiro e parte do segundo filme -, e em Premonição 5 não seria diferente. Ainda que o roteiro tente dar uma desenvolvida nos dramas dos personagens, principalmente por adicionar uma questão mais moralista nas suas decisões, a maioria são totalmente esquecíveis, se salvando apenas o protagonista e mais uns dois personagens. O mocinho da vez e que tem a premonição é Sam (Nicholas D’Agosto), que consegue ter um carisma e um apelo dramático mais elaborado; ele sonha em ser um renomado chef de cozinha em Paris. O chato da vez é Peter (Miles Fisher), o melhor amigo de Sam, que acaba tendo uma reviravolta no roteiro, se tornando um tipo de “vilão”, e o sempre certinho Nathan (Arlen Escarpeta), são os que mais se diferenciam na história. E quem retorna para uma nova participação especial é o icônico e queridinho dos fãs, Tony Todd, o legista que sempre dá dicas para os personagens sobre como escapar da morte.

De toda a franquia, os melhores acidentes são o do voo 180, do primeiro filme, e o da rodovia de Premonição 2, mas o acidente inicial da ponte de Premonição 5 entra no TOP 3. É o mais longo de todos, com pouco mais de 4 minutos, é muito bem-produzido, e impressiona bastante não somente pelas mortes, mas também pelos efeitos em CGI, onde o 3D funciona muito melhor do que em Premonição 4, principalmente em questão de profundidade e de ângulo quando parte da ponte desmorona, tornando tudo mais realista. Mas por mais que o acidente na ponte seja melhor, a dinâmica que segue é a mesma dos outros filmes, onde os sobreviventes vão morrendo um a um. Então, para dar uma renovada na dinâmica, os roteiristas inseriram coisa inédita até então na franquia: os sobreviventes podem encontrar outras pessoas para morrer em seus lugares, e assim, se livrar da lista da morte. Isso levanta uma questão moral: será que alguém seria capaz de matar outra pessoa para sobreviver? O problema é que essa questão não é bem desenvolvida no roteiro. A outra novidade é que um dos personagens não iria morrer no acidente da ponte, ou seja, essa pessoa estaria fora da lista da morte, mesmo estando na hora do acidente.
Mas a maior surpresa de Premonição 5 é com a chocante revelação na sequência final, que não vou dar muitos detalhes agora, mas o quinto filme faz uma conexão com outro filme da franquia. E uma dica: as pistas aparecem em diversas parte do longa. No fim, por mais que Premonição 5 seja “mais do mesmo”, o filme funciona e serve como um “pedido de desculpas” depois do horroroso e esquecível quarto filme, se tornando um “final digno” para a amada franquia. É divertido, trouxe de volta a alma da franquia, o senso de humor mais mórbido típico, e as sequências de mortes são mais elaboradas, e com um 3D acima da média. O diretor Steven Quale, e os roteiristas Eric Heisserer, Jeffrey Reddick, e Gary Dauberman conseguiram dar uma leve repaginada, um último sopro na amada franquia dos fãs de terror.

PREMONIÇÃO 5
Ano: 2011
Direção: Steven Quale
Distribuidora: NewLine Cinema
Duração: 92 min
Elenco: Nicholas D'Agosto, Emma Bell, Miles Fisher, Jacqueline Wood, Elle Wroe, Arlen Escarpeta, David Koechner), P. J. Byrne)
NOTA: 7,5
Disponível no
Confira também os outros especiais da franquia Premonição:
Premonição 1: ESPECIAL | PREMONIÇÃO (2000)
Premonição 2: ESPECIAL | PREMONIÇÃO 2 (2003)
Premonição 3: ESPECIAL | PREMONIÇÃO 3
Premonição 4: ESPECIAL | PREMONIÇÃO 4
SEQUÊNCIA DO ACIDENTE NA PONTE
| DISSECANDO PREMONIÇÃO 5 |
O FINAL DE PREMONIÇÃO 5
No final, descobrimos que Premonição 5 se passa antes do primeiro filme da franquia. Essa revelação acontece porque Sam (Nicholas D’Agosto) e Molly (Emma Bell) - os únicos que sobreviveram -, estão em um voo para Paris, o mesmo que Alex (Devon Sawa), Clear Rivers (Ali Larter), e os outros estudantes, estão. A sequência mostra Sam e Molly vendo a cena onde Alex surta e diz que o avião vai explodir. No fim, eles acabam morrendo na explosão do voo 180.
Porém, tem algumas dicas ao longo do filme que indicavam que Premonição 5 se passava antes de Premonição 1.
Dica 1: Sam é contratado para fazer um estágio em uma filial da cafeteria onde trabalha, mas em Paris.
Dica 2: A cafeteria que Sam trabalha se chama LE CAFE MIRO 18, que vem ser a mesma cafeteria que aparece na sequência final do primeiro Premonição - inclusive, a placa que atinge Carter é a da cafeteria. O estágio de Sam é nessa cafeteria em Paris.
Dica 3: O cartão do SPA que Isaac pega da gaveta de seu falecido colega, se expira em 06/30/01, que seria 30/06/2001 na data no nosso país.

Dica 4: No cartão ponto que Nathan está vendo, a data que aparece é "30 de ABRIL de 2000", semanas antes da explosão do voo 180, que aconteceu em 13 de maio de 2000.



AS REFERÊNCIAS DE PREMONIÇÃO 5
A empresa que os personagens trabalham se chama "PRESAGE PAPER". A palavra "presage" significa "presságio", quando alguém prevê o futuro. É exatamente isso que aconteceu com Sam (Nicholas D'Agosto), ele previu que a ponte ia cair.

A placa que diz que a ponte está em construção, está com a fita cortada ao meio, como se a ponte fosse quebrar ao meio. E é isso o que acontece com a ponte.

Dentro do ônibus que está levando os colegas da empresa, tem uma TV ligada com uma propaganda da empresa "180 Corporate Consulting", uma construtora. 180 é o número do voo do primeiro Premonição.

O caminhão que aparece do lado do ônibus é de uma empresa chamada "Tagert Logging", que curiosamente está transportando enormes troncos de árvores (o que causou o acidente inicial em Premonição 2). O nome "Tagert" também apareceu em Premonição 4, que era o nome do cinema. Tagert Logging também é o nome do caminhão que transportava os troncos de árvores em Premonição 2.
O número do ônibus é 1282, que somando 1+2+8+2 o resultado é 13, número que sempre esteve presente em toda a franquia. O 13 é considerado um número de azar. O número 13 também aparece no canal que transmite o acidente na ponte.


Na sequência do escritorio da empresa, Olivia (Jacqueline Wood) deixa cair um porta-retratos no chão da sua mesa. O vidro quebra exatamente no olho direito, o que ela vai fazer a cirurgia de laser na cena da sua morte. Pode ser também uma referência a morte de Evan Lewis em Premonição 2. Ele morre quando a escada de emergência fura o olho direito dele.
E a foto do porta-retratos é com uma amiga que morreu no acidente na ponte, e elas estão no parque de diversões de Premonição 3, mais precisamente na mesma montanha-russa que causou o acidente inicial.
Na sequência da morte de Candice (Elle Wroe) no ginásio, a água no chão começa a ir na direção dela, da mesma forma que aconteceu na cena da morte de Todd (Chad Donella) no primeiro Premonição.
Quando Sam (Nichols D'Agosto) vai até a casa de sua ex-namorada, Molly (Emma Bell), ela está esquentando água em uma chaleira. A cena é uma referencia a chaleira da professora Lewton (Kristen Cloke) de Premonição 1, na sequência da sua morte.
O cartão do SPA Chinês que Isaac (P.J. Byrne) pega da gaveta de um falecido colega, também tem referências ao voo 180 de Premonição 1: a data de validade do cartão é 06/30/01. Se multiplicar os números 6x30x1 o resultado é 180. O número do certificado do cartão termina com 810, que pode ser um anagrama do número 180.


A marca da cerveja que Nathan (Arlen Escarpeta) leva para seus colegas na empresa é a "Hice Pale Ale", a mesma que aparece em todos os filmes da franquia. A marca também aparece na cena final no funeral de Roy, em um cartaz ao fundo


No funeral de Roy, na cena final, em um dos porta-retratos, ele está ao lado de um carro de corrida de número 6, o mesmo que causou o acidente em Premonição 4.
Na sequência do funeral dos funcionários da empresa que morreram no acidente da ponte, Nathan (Arlen Escarpeta) faz uma piada com o filme "O Sexto Sentido", dizendo "I see dead people", "eu vejo pessoas mortas".
NOMES DOS PERSONAGENS:
Como de costume na franquia, o nome de alguns personagens são referências a outros atores, atrizes, diretores, produtores, e membros de equipe de outros filmes. Em Premonição 5 são poucos.
Olivia Castle é uma referência ao diretor de filmes de terror B, William Castle.
Peter Friedkin é uma referência ao diretor de cinema William Friedkin, que dirigiu o clássico O Exorcista, de 1973.
Candice Hooper é uma referência ao diretor, roteirista e produtor de cinema e TV Tobe Hooper, que dirigiu os clássicos O Massacre da Serra Elétrica, de 1973, e Poltergeist - O Fenômeno, em 1982.
Isaac Palmer é uma referência a atriz Betsy Palmer, que interpretou a mãe do Jason no primeiro Sexta-Feira 13.













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